Quando cheguei ao quarto, lá estava ela, pequena e franzina, quase se perdendo em meio aos lençóis. E ao vê-la assim, tão frágil, uma única palavra veio à minha mente: carinho. Era como se ela fosse a própria imagem do carinho.
Ajoelhei-me ao seu lado, minhas mãos envolveram a sua, enquanto eu recitava o costumeiro pedido de bênção. Suspirando, ela me abençoava em silêncio. Inclinando-me sobre ela, cobri seu rosto de beijos.
Contemplei o seu silêncio, mais uma vez buscando retornar com ela aos tempos idos, seus momentos cotidianos que ao presente se impunham como imagens sonhadas. Impossibilitado, oferecia a ela minha presença, como principal prova do meu amor.
Subitamente, ela sussurra, fala de meninas sonhadas invadindo a realidade. Sôfrego, eu sorvo suas palavras, enquanto sinto seu hálito banhar meu rosto. É um cheiro bom, cheiro de memória e infância. Enquanto ela desfia suas vivências sonhadas com as meninas-mulheres, almas de sonho, eu também sonho com ela, adentro em seu mundo e me encanto com sua voz tão fraquinha e tão pungente.
Enquanto sou embalado pela voz dela, meus olhos passeiam pelas veias roxas que envolvem sua mão. Eu as sigo com os dedos, fascinado, como alguém que se percebe venturoso ao descobrir as raízes onde corre a seiva encantada do sonho.
Ahhhhhh *---------*
ResponderExcluirSério, você escreve muito bem. Já pensou em um livro? (caso aconteça, quero um exemplar autografado u.u).
Bjão!
http://pensandoemlivro.blogspot.com.br/
Ameeeeeeeeei o texto. Você escreve muito bem! Você tem algum livro?
ResponderExcluirBeijos!
http://livrinhoseeu.blogspot.com.br/
Gostei bastante do texto. Sério, até deu uma emoçãzinha.
ResponderExcluirMuito legal.
Té mais...
http://bmelo42.blogspot.com.br/