Fim...?
Blog do escritor e contador de histórias Samuel Medina. Aqui você encontrará resenhas de livros, contos, crônicas, relatos de experiência e poemas. Além de informações sobre meus livros.
terça-feira, dezembro 28, 2021
O Imundo - Parte IV de IV
segunda-feira, dezembro 27, 2021
O Imundo - Parte III de IV
Ir para O Imundo - Parte II de IV
domingo, dezembro 26, 2021
O Imundo - Parte II de IV
Ir para O Imundo - Parte I de IV
terça-feira, dezembro 14, 2021
Lançamento: Uma visita inesperada - Samuel Medina e Luiz Henrique Evaristo
Finalmente saiu a divulgação do lançamento do meu mais novo livro: Uma visita inesperada. O texto de minha autoria traz o primoroso traço de Luiz Henrique Evaristo. O trabalho editorial d'a mascote, editora independente, foi imprescindível para que a obra ficasse tão linda.
O livro está em pré-venda no site da editora a mascote até o dia 21 de dezembro.
As compras podem ser diretamente comigo (medina.samuel@gmail.com) ou pelo site da editora a mascote.
Conheça um pouco mais sobre o livro:
Mafalda, uma bruxa de idade avançada, é celebridade entre os bruxos. Ninguém sabe o segredo de sua juventude e ela, se sabe, não o revela. Quando uma visita inusitada bate à sua porta, será o momento de uma revelação que mudará o curso da vida da bruxa e também de sua enigmática visitante.
Lançamento:
Dia 21 de dezembro, terça-feira, às 19h.
Local: Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais - Praça da Liberdade, 21 - Funcionários, Belo Horizonte, MG.
segunda-feira, dezembro 13, 2021
O Imundo - Parte I de IV
domingo, dezembro 12, 2021
Fa(r)to
Existimos
no
tempo.
Por isso
estamos
sempre
que-
brados.
Inspirado no poema "que não vem", de Norma De Souza Lopes.
sábado, dezembro 11, 2021
Dia do fogo
As chamas
contornam nossa
Realidade
A mata morre
em labaredas e fuligem
É o trabalho
para mostrar que nem a
Vida
Importa
O juízo final
Escurece o céu
Enquanto a justiça
Desmorona
Em nossa bandeira agora
cinza
sexta-feira, dezembro 10, 2021
Convertido
Para Pâmela Bastos Machado
Ela sorri
com uma graça
desaforada.
Percebo atrás
de seus
olhos
algo de divino.
Sou
um eterno
incrédulo,
mas ela
desperta em mim
uma fé
no impossível
quinta-feira, dezembro 09, 2021
SalmOdiando
Fui moço
Agora sou velho
E quando o justo
Foi desamparado
E sua descendência
Mendigou o pão
Não hesitei
Resoluto
Eu olhei para
O outro lado.
quarta-feira, dezembro 08, 2021
Para a Loba do Norte
Para Norma de Souza Lopes
Vim aqui pra escrever um poema
como quem escreve
uma homenagem.
Mas como
fazer isso se a distância
queima as palavras?
Tenho você como um Norte.
Uma Norma
que me desvia do comum.
Você não é comum.
É uma Loba.
E ainda
que o tempo seja
de fome e de escassez
ainda que o fogo
queime nas encostas
suas palavras
continuam
todo dia
a me alimentar.
25 de abril de 2020
terça-feira, dezembro 07, 2021
Preparado
"Quando estiver pronto, pode abrir os olhos" - instruiu a voz na meditação guiada.
Foi assim que nunca mais sentiu-se capaz de abrir os olhos.
segunda-feira, dezembro 06, 2021
O Embate - Parte V de V
Continua...
domingo, dezembro 05, 2021
Os príncipes sapos
Um exército de guerreiros sapos que lutam por um beijo para se tornarem novamente humanos. Infiltram-se em casas de bruxas, enfrentam feras mágicas e dragões, cavalgam lagartos que correm graciosos sobre as águas. O líder é Rabert, o mais galante, garboso e destemido sapo que qualquer brejo já viu!
sábado, dezembro 04, 2021
Coluna Literária lança foco sobre literaturas africanas
Por ser um continente, África possui uma infinitude de culturas, idiomas, modos de ver e se relacionar com o mundo. Por isso, tudo o que carrega o adjetivo "africano" acaba por sofrer um reducionismo cruel. Falar de literatura africana, então, é um grande desafio, posto que em África as literaturas podem ser muitas, plurais e divergentes.
Tendo em vista esse desafio, a Coluna Literária trata o tema com muito respeito e reverência. Em primeiro lugar, há que se falar do perfil literário, que ovaciona a escritora Paulina Chiziane, mais recente vencedora do Prêmio Camões 2021.
No campo das resenhas, foram apresentadas duas obras bem destintas. Sem gentileza, da sul-africana Fuuthi Ntsingila, e Reclusos do tempo, do moçambicano Alex Dau.
Para acessar a Coluna Literária, basta clicar aqui.
Espero que leitoras e leitores possam se deleitar com os textos primorosamente escritos da Coluna Literária, a qual sempre busca ótimas dicas de literatura para aproximar "pessoas, livros e bibliotecas"!
sexta-feira, dezembro 03, 2021
O mistério da sala secreta - Aventura e humor na dose certa
Júlia e Gabriel são amigos inseparáveis. Ela é corajosa e extrovertida. Ele é bem humorado e estudioso. Esses dois jovens de 12 anos estudam na Escola Municipal Maria Quitéria de Jesus, que está em vias de ser fechada. Júlia está inconformada, principalmente porque a escola em que estuda tem excelente qualidade no ensino e isso pode impactar seu futuro. Ela não teria condições financeiras para pagar passagem para uma escola no centro da cidade. Por isso, tudo indica que será transferida para a mal afamada "escola da pracinha".
Enquanto Júlia parece fadada a estudar em uma escola que não quer, Gabriel, aluno brilhante, tem chance e condições de estudar em uma instituição melhor. Por isso, não se sente tão afetado pelo fechamento do Maria Quitéria. Mas com isso ele será separado de sua grande amiga.
A aventura de ambos começa quando, numa feira da escola, Júlia e Gabriel ficam conhecendo quem foi Maria Quitéria de Jesus, a mulher que emprestou seu nome à escola. Ficam também sabendo da lenda de que a escola teria uma sala secreta, acessível apenas aos corajosos e merecedores.
Curiosa, Júlia arrasta Gabriel para uma busca pela verdade. Sem que saibam, essa aventura poderá mudar a vida não apenas deles, mas de todas as pessoas que estudam e trabalham na Escola Municipal Maria Quitéria de Jesus.
Esse romance juvenil de mistério foi uma leitura agradável e gostosa. Júlia e Gabriel dividem o papel de narrar a trama em capítulos alternados. São jovens com suas personalidades distintas que influenciam suas atitudes na trama. Enquanto Júlia é mais assertiva, Gabriel é mais contido. Ela é leitora voraz, mas não muito estudiosa. Já ele é o primeiro da classe.
Outro ponto que me agradou muito foi a descrição das personagens. A cor da pele e os cabelos de Júlia e Gabriel ganham destaque, com os volumosos cachos dela e o black power dele. Suas características físicas são bem marcadas e evidenciadas, o que fortalece a questão da representatividade negra na literatura. Os desenhos de Rubem Filho são primorosos e fortalecem ainda mais essa representatividade.
Com uma trama cativante e um segredo a ser desvendado, O mistério da sala secreta é uma aventura gostosa e divertida, voltada para jovens leitores de todas as idades.
Ficha Técnica
O mistério da Sala Secreta
Lavínia Rocha
Ilustrações de Rubem Filho
Ano: 2021
Páginas: 176
Idioma: português
Editora: Yellowfante
Perfil do livro no Skoob: https://www.skoob.com.br/o-misterio-da-sala-secreta-11717759ed11729822.html
quinta-feira, dezembro 02, 2021
Uma publicação muito esperada
Há alguns anos, comecei a rabiscar uma narrativa em que uma bruxa de idade avançada e a morte se encontram. Desse encontro, nasce uma amizade onde preciosidades são descobertas. Assim nascia o conto que se tornaria, anos depois, o livro Uma visita inesperada, da editora A Mascote.
Um longo caminho foi percorrido antes que o livro estivesse impresso. O primeiro grande desafio foi encontrar um ilustrador que tivesse a sensibilidade e o talento que eu queria para essa história. Além disso, era preciso que eu e o ilustrador estivéssemos em constante contato, para irmos acertando os detalhes do desenho, criando assim uma obra conjunta.
Foi maravilhoso ter conhecido o Luiz Henrique Evaristo, que concedeu seu traço para dar vida à bruxa Mafalda, bem como à Morte, personificada em uma figura gentil e simpática. Assim, Luiz Henrique foi primoroso em seus desenhos, dando à narrativa um tom mágico que a enriqueceu profundamente.
O trabalho da editora A Mascote, na pessoa da Beatriz Mom, foi fundamental para unir texto e ilustração, concedendo-lhe organicidade e elegância. O projeto gráfico ficou incrível, num trabalho artístico ímpar.
É preciso destacar também o trabalho de Pâmela Bastos Machado, minha companheira para a vida, que assina a coedição do livro. Seu olhar sempre cuidadoso e meticuloso auxiliou nas várias versões para que o resultado final ficasse primoroso.
Tenho que registrar aqui que a quarta capa é assinada pelo grande Rodrigo Teixeira, que cedeu um pouco de suas palavras fortes e belas para deixar o livro ainda mais bonito.
É com alegria, portanto, que anuncio a pré-venda do livro Uma visita inesperada. O lançamento presencial será anunciado em breve!
Para comprar: https://www.amascote.etc.br/pd-8683ca-uma-visita-inesperada.html?ct=&p=1&s=1
quarta-feira, dezembro 01, 2021
Meu pé de milho
Desci com ele quando fui molhar as plantas lá fora. Eram algumas mudas que havia conseguido com pessoas queridas. Manjericão, Melissa, Capim Cidreira. Parei no centro do canteiro, em um ponto em que a terra nua era visível.
Enfiei o indicador na terra, que cedeu com facilidade. A chuva recente facilitou o processo. Depositei o grão de milho no pequeno furo e o cobri com terra.
Deixei de pensar nele. Fui lembrar de sua existência quase uma semana depois, quando vi umas folhas largas, longas e bem verdes. Tinham despontado justamente onde eu deixei repousando aquele grão de milho. Parecia um capim, mas diferenciava-se por serem folhas largas e compridas, com caule roxo.
Reconheci meu pé de milho. Orgulhoso, passei a diariamente dedicar-lhe atenção, um pouco de água e uma pequena parcela de meus sonhos. Comecei a me sentir como o Rubem Braga, quando ele contou em sua crônica a descoberta de um pé de milho em seu jardim e o encantamento de ver a planta crescer.
Já imaginava o futuro desse grão que o acaso protegera, escondendo-o em um pacote de feijões de supermercado, para ser encontrado, escapando da obliteração de água, fogo e dentes vorazes. Eu imaginava minhas mãos debulhando a espiga, preparando a terra para a prole desse pequeno grão de milho que agora já era outra coisa. Era um pequenino pé. Meu pé de milho.
Havia, porém, o medo. Como meus vizinhos receberiam a visão de um pé de milho crescendo no jardim? Temia que achassem isso um disparate. Eu ficava me perguntando se algum vizinho reclamaria, ou até mesmo poderia, na surdina, cortar a planta. O perigo, porém, surgiu de um lugar totalmente inusitado para mim.
Ontem, a empresa de jardinagem veio ao condomínio em que moro. Cortaram meu pé de milho. Não adiantou eu ter falado com o jardineiro chefe. Nem ter sinalizado o meu pé de milho, o manjericão, o salsão, o capim cidreira, a melissa. A máquina voraz cortou, esmagou, triturou essas vidas ainda tão tenras, tão tímidas.
Agora, meu Pé de Milho existe apenas aqui, na galeria de tudo o que era para ser, mas não foi.