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sexta-feira, dezembro 08, 2023

Estou morto

 


Estou morto.
No espaço
ando penso cago como
mas no tempo sou
um morto.
Estamos todos mortos.
Essa verdade
apenas
ainda não se realizou.
Talvez.
Pois quem sabe esta seja
a última instância da
existência.
Bem, no fim, nada disso
importa.

segunda-feira, outubro 30, 2023

Fahrenheit 451 - A vontade que vence o fogo


Guy Montag é um bombeiro que ama o que faz. Se você acha que isso significa amor por apagar incêndios, eu já adianto que não. Montag ama causá-los. Sim, ele é um bombeiro e sua função é queimar. Em uma era em que as casas não mais se incendeiam, a missão dos bombeiros agora é queimar livros.

Seu amor pelo trabalho é então posto à prova quando ele conhece Clarisse McLellan, uma jovem diferente, que ama pensar e dar longas caminhadas por sua vizinhança. Os poucos mas significativos encontros com Clarisse aceleram uma mudança que Montag já sofria, fazendo com que ele questione sua vida, seu trabalho e toda a sociedade à sua volta.

Assim, vamos conhecendo a história do protagonista de Fahrenheit 451, obra-prima de Ray Bradbury, mestre da ficção especulativa. Nesse livro, situado em um futuro não tão distante, ter livros é crime e o papel dos bombeiros é incinerá-los. Nessa sociedade, as universidades e escolas foram fechadas e as mídias assumiram proporções assustadoras, com telões interativos que ocupam paredes inteiras, além de atrizes e atores sendo chamadas de "família".

Havia lido esse livro pela primeira vez há mais de dez anos e confesso que senti certa dificuldade nessa primeira leitura. A de agora foi muito mais fluida e prazerosa. Parecia até que eu lia outro livro, completamente novo. Foi maravilhoso e ao mesmo tempo assustador ver pelos olhos de Guy Montag esse mundo distópico e perturbador em que a busca pelo conhecimento é desencorajada e até mesmo punida.

Montag de início me pareceu um homem raso e ingênuo. Porém, com o desenvolvimento da narrativa, sua ingenuidade foi ficando menos evidente. Não que ele a tenha deixado de lado. Trata-se de um homem de sua "época", com suas características e peculiaridades. Porém, ele entra em contradição com essa dita época. Seu contraponto é o capitão Beatty, sempre cheio de argumentos e com uma carga de leitura assombrosa. O capitão é um homem amargo e cínico, disposto a demover Montag de sua jornada de autodescoberta. Fato é que, quando Guy começa a acreditar nos livros, Beatty usa os próprios para rebater e ridicularizar Montag. E as atitudes do capitão acabam trazendo consequências irreversíveis.

Outra coisa que gostaria de dizer sobre o livro é sua literariedade. O trabalho com a linguagem é fenomenal e nos proporciona uma leitura deliciosa.

A edição que li trazia uma série de textos suplementares, entre eles, a introdução escrita por Neil Gaiman para a edição de 2013. Sempre é bom ler palavras tecidas por Gaiman, um feiticeiro literário. Ao final do livro, há também uma coleção de capas, desde aquela feita para a revista "Galaxy Science Fiction", a qual traz o conto "O bombeiro", narrativa que originou Fahrenheit 451, até capas de traduções do romance para outros países. São as capas mais célebres. Há outros textos como o excerto do diário de bordo de Truffaut para a adaptação cinematográfica. Há, também, um delicioso relato feito por Margaret Atwood.

Trata-se, portanto, de uma edição maravilhosa, que vale muito a pena colecionar.

É interessante como Montag começa a questionar tudo à sua volta, a ponto de sentir nascer em si um desejo de descobrir o que os livros possuem que fazem mulheres e homens morrerem por eles. Mas como Faber, outra personagem emblemática, disse, não são os livros, mas aquilo que eles guardam.

Com um apuro literário e profundas reflexões, Fahrenheit 451 é um livro incrível, um clássico imortal e uma declaração de amor aos livros mas, principalmente, às ideias, que fogo nenhum pode queimar.

Você pode conferir a primeira resenha que fiz sobre este livro aqui.


Ficha Técnica

Fahrenheit 451

Ray Bradbury

Tradução de Cid Knipel

ISBN-13: 9786558300151

ISBN-10: 655830015X

Ano: 2020 

Páginas: 272

Idioma: português

Editora: Biblioteca Azul


Perfil do livro no Skoob: https://www.skoob.com.br/fahrenheit-451-136ed11679666.html

segunda-feira, outubro 23, 2023

Toda cicatriz desaparece - Pequenos pecados e grandes tragédias



Há pessoas que, desde que nasceram, enfrentam as mais diversas dificuldades. Fome, pobreza, doença. E tais dificuldades parecem moldar, definir as vidas dessas pessoas. Principalmente se essas tragédias aconteceram durante a juventude.

Toda cicatriz desaparece, livro de crônicas autobiográficas de Rogério Pereira, nos apresenta alguém marcado pela vida. Fome, miséria, alcoolismo, trabalho infantil, essas são algumas das tragédias que acompanham o cronista, que carrega o ar de quem foi marcado profundamente por elas. Melancolia é pouco para tentar definir o tom do livro.

As crônicas são pungentes, agudas, doem aos olhos e nos comovem. Rogério aparece como um náufrago, arrastando consigo seus fantasmas e memórias de pequenos pecados inconfessos. Destes pecados o mais destacado talvez seja o de furto. Um ladrão de comida. O de matador de passarinhos vem em segundo lugar. Em seguida, outros pecados aparecem, sempre apresentados num tom que passeia entre o desafio e a resignação.

Apesar das crônicas abarcarem o tempo cronológico da infância e da juventude, com uns lampejos da fase madura, não há uma sequência temporal. Ao invés de uma linha reta, nós nos deparamos com uma espiral, onde memórias dolorosas são revisitadas à exaustão. Assim, somos convidados a conhecer o inferno particular de Rogério Pereira, com suas dores e fugidias delícias.

De todas as tragédias pessoais abordadas no livro, talvez a mais referenciada seja a súbita morte da irmã, aos 27 anos. Uma morte abrupta e sem sentido. A forme que acossava a família é outra tragédia dissecada pela pena do autor. Há outras mais, como o vício do pai no álcool, que seguiu o autor como um atavismo, bem como as ameaças e surras que o pai dava na mãe e nos filhos.

Ninguém escapa da crueldade do pai. Nem a cachorra Princesa, que foi levada para ser abandonada em um bairro distante. Os dois meninos, levados para acompanhar a operação, podiam, inclusive, imaginar o perigo de sofrerem fim semelhante.

Nesse livro, toda a beleza é desconstruída, seja pela fome que se torna uma urgência, seja pelo piolho passeando livremente pela orelha da amada. As fealdades, porém, são destacadas, também pela fome, pela situação indigna dos personagens, na doença personificada pelo câncer, que tudo corrói.

Não há lugar para otimismos. Mesmo momentos de vitória, como a leitura de uma crônica em Frankfurt, se torna episódio de melancolia e da constatação de uma derrota pessoal, íntima e intransferível.

Todos os mortos são vasculhados, dissecados e expostos. Seja a mãe, com sua boca sem dentes e o furo da traqueostomia, seja a irmã, com seu silêncio, seu corpo franzino e as surras que levava. Até  alguns colegas mortos são evocados, através das travessuras provocadas pela forme e escassez, ou também pelos sonhos compartilhados em comum, de alcançar o estrelato em algum campo de futebol.

E por falar em sonhos, eles aparecem justamente para serem destroçados. Numa escrita poética e profundamente visceral, as crônicas nos falam desses sonhos frustrados numa narrativa que nos envolve e comove.

Com um emaranhado de memórias, uma narrativa de uma escrita primorosa, Toda cicatriz desaparece é um mergulho em lembranças dolorosas, escritas com apuro, uma jornada íntima ao passado de um homem que, a despeito de suas conquistas, nunca deixou de sentir cada uma de suas dores. 


Ficha Técnica

Toda cicatriz desaparece

Rogério Pereira

ISBN-13: 9786557982549

ISBN-10: 6557982540

Ano: 2022 

Páginas: 208

Idioma: português

Editora: Maralto


Perfil do livro no Skoob: https://www.skoob.com.br/toda-cicatriz-desaparece-122245025ed122251461.html

segunda-feira, outubro 09, 2023

CONFINADA - Por trás das máscaras



A Pandemia de Covid-19 foi um divisor de águas em nossas vidas. Um período em que o mundo parou e muitas pessoas se sentiram forçadas a fazer o isolamento. Porém, aquelas que eram pobres continuaram se expondo e morrendo, fazendo os serviços que os ricos se recusavam a fazer. 

CONFINADA é um romance gráfico de Triscila Oliveira e Leandro Assis e conta sobre Fran, uma rica influenciadora digital que convive em isolamento com sua empregada doméstica Ju. Fran é a típica branca alienada e a pandemia irá escancarar ainda mais seus preconceitos.

A HQ de Triscila e Leandro mostra uma parcela significativa da população que explora a maioria preta deste país e não se envergonha disso. Pessoas que sustentam um discurso hipócrita, de meritocracia e moralização, mas vive na esbórnia, no desperdício e na libertinagem. Apesar de publicamente ser uma pessoa de discurso positivo e consciente, e apesar de não compactuar com algumas das atitudes de sua classe social, Fran logo mostra que não quer abrir mão de seus privilégios.

O roteiro é ágil e as imagens são marcantes. Trata-se de uma obra rica como registro crítico dessa época de pandemia. Um olhar aguçado para o interior dessas vidas de ricos decadentes (alguns, nem tanto) que pousam de boas pessoas mas não passam de bandidos exploradores, racistas e misóginos. 

Ju aparece então como a figura da razão, como aquela que irá, por uma ética pessoal, apoiar as amigas e companheiras de trabalho. Aquela que irá abalar as estruturas. Infelizmente, esse abalo não é suficiente para destruí-las, mas não deixa de fazer usas rachaduras.

Com um texto inteligente e imagens de impacto CONFINADA nos entrega uma obra mordaz sobre a Pandemia e todos os podres que esta escancarou.


Ficha Técnica

Confinada

Triscila Oliveira e Leandro 

ISBN-13: 9786556922133

ISBN-10: 6556922137

Ano: 2021 / Páginas: 128

Idioma: português

Editora: Todavia

Perfil do livro no Skoob: https://www.skoob.com.br/confinada-12029125ed12017223.html

segunda-feira, outubro 02, 2023

Inhamuns - Uma pungente narrativa no sertão do Ceará



Por vezes nos deparamos com leituras que nos atravessam qual navalha e fazem sangrar nosso peito, nos compungindo e maravilhando. Foi o que aconteceu comigo ao terminar Inhamuns, romance da escritora cearense Kah Dantas.

No livro, a protagonista e narradora conta a história de seu retorno a Tauá, cidade localizada nos Inhamuns, Sertão do Ceará. Ela não volta por acaso, mas a trabalho, por conta de uma descoberta de um novo sítio arqueológico próximo a Tauá. Ao chegar, ela encontrará logo seu amigo de infância, e uma antiga paixão renascerá, trazendo consequências irreversíveis.

Pungente e melancólico, o livro de Kah Dantas é também altamente erótico, contando para nós, leitores, uma história de amor salpicada de tragédia.

A narradora, cujo nome não é informado, tem um passado conturbado, com a morte da mãe ainda jovem e o abuso físico de uma tia, em contraste com o amor da avó. Mas esta também está morta; morreu quando a narradora já não morava em Tauá, mas em Porto Alegre, onde fez carreira como jornalista. A cidade tem um enorme preconceito para com a mãe morta, chamando-a de prostituta. Fato é que a protagonista cresceu sem mãe ou pai, aos cuidados de uma avó zelosa, mas ameaçada por uma tia má. E agora ela retorna e revive antigos fantasmas, o amor clandestino do amigo de infância, enquanto enfrenta seus próprios demônios.

Inhamuns é cadenciado e poético. A protagonista não tem uma boa imagem sobre si mesma e ainda acontecem tragédias que pioram essa autoimagem. Há uma tênue tentativa de reconciliar-se consigo, mas não há muito jeito.

A prosa de Kah Dantas é linda e nos afoga em pleno sertão, compondo um romance cheio de águas, apesar da secura da própria narradora.

Com sua prosa pungente e profunda, Kah Dantas cria uma narradora que nos toma pela mão e nos guia por uma jornada a um sertão cearense mítico e erótico.

 

Ficha Técnica

Inhamuns

Kah Dantas

ISBN-13: 9786556810607

ISBN-10: 6556810606

Ano: 2021 

Páginas: 128

Editora: Moinhos


Perfil do livro no Skoob: https://www.skoob.com.br/inhamuns-11976973ed11968477.html

terça-feira, março 15, 2022

Pequena coreografia do adeus - Uma dança de palavras e silêncios


A autora de O peso do pássaro morto, Aline Bei, está de volta para nos aniquilar através das palavras. Seu romance mais recente, Pequena coreografia do adeus, vem para virar nossas leituras pelo avesso. Mas luminoso que o livro anterior, este não deixa de trazer um texto carregado de melancolia e repleto de sombras.

A protagonista e narradora é agora Júlia Terra, uma náufraga do divórcio dos pais e da animosidade da mãe. Numa narrativa coloquial e disposta em versos, Júlia nos guia pelos destroços de sua vida, mostrando que é, antes de tudo, uma sobrevivente. Apesar da constante violência da mãe e do distanciamento do pai, Júlia vai criando resistência e florescendo. Descobre na palavra uma trincheira e um ponto de apoio. Assim, ela parte do diário rumo a voos mais altos, quando decide escrever ficção.

O romance de Aline Bei é triste, pungente, mesclando o desprezo e descuido da família com o afeto de amizades de pessoas de fora. E com essa acolhida, Júlia vai fazendo seu caminho e se descobrindo potência. O texto de Aline Bei é forte, doído, como a ponta de uma agulha, mas carrega um poder enorme de atração. Na sua força somos tragados e levados a dançar.

A vida de Júlia vai se desdobrando na criação do conto que ela vai escrevendo ao longo do romance. Um conto de tragédia e abandono, dor e perda, sendo também uma narrativa de liberdade através da Arte. E nessa liberdade a escrita de Júlia se encontra, para ser algo mais.

Pequena coreografia do adeus é um romance sobre dor e perda, mas também sobre como se encontrar, nas palavras, nos movimentos e passos de dança, nas notas musicais. Enfim, na Arte, que nos faz humanos e plenos, apesar de todos os nossos destroços.

Ficha Técnica

Pequena coreografia do adeus

Aline Bei

ISBN-13: 9786559210497

ISBN-10: 6559210499

Ano: 2021 

Páginas: 282

Idioma: português

Editora: Companhia das Letras

segunda-feira, julho 05, 2021

Édipo ao avesso


Penso em Telêmaco

como ele

fui um quase

órfão

Filho de um pai

ausente

como um deus.

E outro

presente

grande

também divino

abraãmico

E que podia

me pendurar pelas orelhas

se contestado.

Não fui como Telêmaco.

Tive dois pais.

E pelos dois 

Fui negado

à condição de 

Filho.

quinta-feira, junho 17, 2021

Se eu


Se eu gritar "Fora Bolsonaro!"

Você ainda vai me amar?

Se eu for às ruas

Eu me vestir de vermelho

contra tantas violências... e então?

Se eu não conseguir mais 

falar com você 

por seu apoio a esse monstro

Você ainda vai me amar?

sexta-feira, maio 29, 2020

Um amor incomodo - O mergulho em uma busca delirante

Delia é a mais velha de três irmãs. Carrega em si as complicações do relacionamento que tem com a mãe, Amália que já é idosa e vive sozinha em Nápoles. Quando Delia recebe a notícia de que Amália foi encontrada morta, ela se lança em uma angustiante caçada, na tentativa de entender as circunstâncias da morte de sua mãe.

Assim tem início o conturbado romance  de estreia de Elena Ferrante, Um amor incômodo. A narrativa acontece em Nápoles, cidade populosa e obscura, repleta de vielas torpes e homens perversos. Delia busca entender as circunstâncias da morte da mãe, que foi encontrada em uma praia da costa italiana. A única peça de roupa que Amália usava era um sutiã de um grife cara de Nápoles. Não havia sinais de violência, o que dava a entender que se tratava de um acidente, ou um suicídio. 

O passado de Amália, porém, é conturbado e repleto de mistérios. Esse passado se relaciona às memórias mais submersas de Delia, que se vê obrigada a revisitá-las incessantemente. E a cada mergulho no passado, novas revelações vão surgindo e como um palimpsesto, os traços das recordações vão sendo reescritos, reconstruídos e remontados. 

Não é fácil seguir o fio narrativo de Delia. Como testemunha não confiável de suas próprias memórias, a protagonista nos arrasta como vítimas desse passado que ganha cores e formas múltiplas. Repletas de desejo e violência.

Outro elemento a ser observado no romance é o tom de angustiada denúncia. A todo momento somos levados a presenciar alguma cena de violência de um homem contra uma mulher. Cenas que muitas vezes se desenrolam em plena luz do dia, em maio a diversas pessoas. Essa banalização da violência vai além do incômodo e chega a ser quase insuportável. 

Com um enredo repleto de sombras e mistérios, num jogo fabuloso de contrastes, o romance Um amor incômodo certamente será um percurso selvagem e delirante, um mergulho na loucura e na perversidade, uma experiência literária de fôlego e estômago.

Ficha Técnica
Um amor incômodo
Elena Ferrante
ISBN-13: 9788551001370
ISBN-10: 855100137X
Ano: 2017 
Páginas: 176
Idioma: português
Editora: Intrínseca

domingo, maio 03, 2020

Vídeo: Vandalismo - Augusto dos Anjos



Compartilho este vídeo, que foi gravado há bastante tempo, mas continua atual, assim como o poema que ele performa:




Vandalismo

Meu coração tem catedrais imensas,
Templos de priscas e longínquas datas,
Onde um nume de amor, em serenatas,
Canta a aleluia virginal das crenças.

Na ogiva fúlgida e nas colunatas
Vertem lustrais irradiações intensas,
Cintilações de lâmpadas suspensas,
E as ametistas e os florões e as pratas.

Como os velhos Templários medievais,
Entrei um dia nessas catedrais
E nesses templos claros e risonhos...

E erguendo os gládios e brandindo as hastas,
No desespero dos iconoclastas
Quebrei a Imagem dos meus próprios sonhos!


"Eu & outras poesias"
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=1772




Perfil do livro no Skoob: https://www.skoob.com.br/eu-e-outras-poesias-1328ed206177.html

terça-feira, fevereiro 11, 2020

Semana de Arte contra a Barbárie - BH

Programação


PROGRAMAÇÕES GRATUITAS E
SUJEITAS A PEQUENAS ALTERAÇÕES POSITIVAS♡

●Terça-Feira (11/2)●

○ PRAÇA 7 - Praça Sete de Setembro, s/n, Centro, Bhz.
☆11h - !!!ABERTURA!!! TODES CONTRA O FASCISMO E O DESMANCHE DA CULTURA COM A PRESENÇA DOS:
- artistas e militantes da cultura com poemas, performances e manifesto
- blocos carnavalescos
- forró dançante
- indígenas Awê e Toré: Kambiwá e Pataxó com ritual e denuncia
- “MANIFESTOS MODERNISTAS” - o ator Luciano Luppi interpreta trechos dos Manifestos Pau-Brasil e Antropofágico, a artista plástica Ivana Andrés desenha sobre um grande papel Kraft algumas obras de Tarsila do Amaral. O Público pode participar.

○ TEATRO DA CIDADE - R. da Bahia, 1341, Centro, Bhz.
☆Instalação do Coletivo Linhas do Horizonte
☆18h30 ås 19h - Apresentação musicaI, MakeIy Ka & Gustavo Souza
☆19h00 às 22h00 - Mesa-Redonda: Modernismo, Cultura e Integralismo no Brasil: em face do centenário modernista brasiIeiro. Mediação: TeIma Borges (FaE/UFMG)
Debatedores: Fábio BrasiIeiro (UnB); Eneida de Souza (FaIe/UFMG); Jacques Ievy (comunidade judaica de BH); Pedro PauIo Cava (Teatro da Cidade); VIadmir SafatIe (USP); MaKeIy Ka (música); Patrícia D Viso (artes pIásticas); Julia Calvo (Instituto Histórico IsraeIita Mineiro)  ; Representante da Academia Mineira de Letras.

○ CATAVENTO CULTURAL - R. Ozanam, 700, Ipiranga, Bhz.
☆19h às 19:30 Ilumiar

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●Quarta-feira (12/02)●

○ PRAÇA 7 - Praça Sete de Setembro, s/n, Centro, Bhz.
☆11h às 13h BordAção com o Coletivo Pontos de Luta: Nossa Arte Nossa Luta. ☆Intervenções e Mobilização dos Artistas contra a Barbárie

○ CASA SOCIALISTA - Território Marielle Franco, Av. Bernardo Monteiro, 60, Floresta, Bhz.
☆19h - TEATRO_Luiz Adelmo Gomide com cena de Hamlet Máquina
☆19h30 - Performance com a música cidadão de autoria de Zé Geraldo com a personagem Efigênia Anastácia Sebastião Raimundo (Uma participação de integrante do Fórum Intereligioso)
☆20h - leitura dramática do conto homoerótico, "Do sangue à graxa" por Hugo Bento

○ URSAL - Av. do Contorno, 3479, Santa Efigênia, Bhz.
☆17h às 18h - Sarau João Gabriel
☆18h30 às 19h30 - MÚSICA. Raah DJ e Cantora de Hip Hop Latino
Macunaíma:
☆18h às 19h30 MÚSICA. Carlos Valente
☆20h às 21h MÚSICA. Marcos Buraco

○ NO PALCO BEER LOUNGE - Rua Cícero Ferreira 99, Serra, Bhz.
☆19h MÚSICA. Fabiano Menezes
☆20h30 MÚSICA. Dom Preto

○ RUA TUPIS, 300, Centro, Bhz.
☆20h Projeção VERTICAL, A LIBERDADE NÃO PODE SER SIMULADA, frase de Rikrirt Tiravanija. 1961.

○ Déjà-VU SAPUCAÍ - R. Sapucaí, 499, Floresta, Bhz.
☆19h às 22h MUSICA. Batalha da NuTrilhar Convida Batalha do PV

○ CENTRO CULTURAL URUCUIA - R. W-3, 500, Pongelupe, Barreiro, Bhz.
☆O dia todo artes visuais. grafite com Harlen

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●Quinta-Feira (13/2)●

○ PRAÇA 7 - Praça Sete de Setembro, s/n, Centro, Bhz.
☆11h às 13h BordAção com o Coletivo Pontos de Luta: Nossa Arte Nossa Luta. Intervenções e Mobilização dos Artistas contra a Barbárie.
☆16h às 17h TEATRO. O ARRUACEIRO com o Palhaço Chouriço

○ HLPHONNYX: R. Desembargador Braulio, 713, Alto Vera Cruz, Bhz.
☆13h Música. Tiago Mello
☆18h. Cinema. WebSeriado É Golpe

○ CASA SOCIALISTA, Território Marielle Franco, Av. Bernardo Monteiro, 60, Floresta, Bhz.
☆14h30 às 20h30 Curso. Oficina de faixas com  letras e dimensões diversas (levarem régua, tesoura e lápis preto) Ministrada por Eliane Guedes (Elianinha) do Coletivo Alvorada.

○ CASA DO JORNALISTA - Av. Álvares Cabral, 400, Centro, Bhz.
☆16h às 22h Bazar
☆20h Maracatu de Baque Virado. Patangome Maracarte

○ DEJAVU SVS - R. Sergipe, 1395 - Funcionários, Bhz.
☆20h30 às 21h Musica. Lado Negro

○ CENTRO CULTURAL PADRE EUSTÁQUIO - FECOPE - R. Pará de Minas, 821, Padre Eustáquio, Bhz.
☆15h Oficina de Arte. Nub Mary

○ NO PALCO BEER LOUNGE - Rua Cícero Ferreira 99, Serra, Bhz.
☆Instalação .Coletivo Linhas do Horizonte Instalação: A mujeej pawereta pandat* Irmãos caminhando juntos
☆20h30 Literatura. Rafael Fares e Bruno Medeiros

○ Déjà-VU SANTA TEREZA - R. Mármore, 418, Santa Tereza, Bhz.
☆19h às 20h Música.Lucas Rasta e Ducs no Control
☆21h às 22h30 Música. Female Rockers

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●Sexta-Feira (14/02)●

○ PRAÇA 7 - Praça Sete de Setembro, s/n, Centro, Bhz.
☆11h às 13h BordAção com o Coletivo Pontos de Luta: Nossa Arte Nossa Luta. ☆Intervenções e Mobilização dos Artistas contra a Barbárie

○ CENTRO CULTURAL DA UFMG - Av. Santos Dumont, 174, Centro, Bhz.
☆20h às 21h TEATRO AntígonaS.
Grupo de Teatro Mulheres de Luta da Ocupação Carolina Maria de Jesus.
Uma releitura do mito grego. AntígonaS sempre reaparecem quando a lei se coloca ao lado da injustiça.
Direção de Cristina Tolentino. Texto; Gabriela Figueiredo e Pedro Kalil.

○ HLPHONNYX: R. Desembargador Braulio, 713, Alto Vera Cruz, Bhz.
☆13h Música. Tiago Mello
☆14h Contação de histórias. Marilda Veloso (40 minutos)
☆18h Cinema. Era o Hotel Cambridge (20 cadeiras)

○ CASA SOCIALISTA, Território marielle Fanco, Av. Bernardo Monteiro, 60, Floresta, Bhz.
☆19h às 21h "Lutas populares no Chile" Debate sobre as manifestações no Chile com exposição da arte de rua, cartazes, serigrafia e afins. Com Maíra Nascimento

○ CASA DO JORNALISTA - Av. Álvares Cabral, 400, Centro, Bhz.
☆19h às 21h MESA DE DEBATE: OS DESAFIOS ATUAIS CONTRA OS AVANÇOS DO FASCISMO. Palestrantes: José Luiz Quadros professor da PUC e da UFMG e Presidente da Rede Latino Americana para um Constitucionalismo Democrático;
Dimas Antônio de Souza. Professor de Ciência Política da PUC Minas. Angoleiro.
Thereza Portes professora Guinard UEMG.
Mediadores: Cascão e Flávia Brettas da Semana de Arte contra a Barbárie

○ NO PALCO BEER LOUNGE - Rua Cícero Ferreira 99, Serra, Bhz.
☆17h às 18h30 Musica. DJ ANDRE KÇA
☆19h às 20h Musica. Bruno Pessoa Hip Hop
☆20h às 21h30 Musica. Catopezera

○ TEATRO 171 - R. Cap. Bragança, 35, Santa Tereza, Bhz.
☆20h Teatro. A paixão de Tito

○ DEJAVU SVS - R. Sergipe, 1395 - Funcionários, Bhz.
☆19h30 às 20h30 Coletivo Sarau Resistência & Luz
☆21h às 23h Música. Trio Modus

○ Déjà-VU UNIÃO - R. Sapucaí, 499, Floresta, Bhz.
☆19h às 20h Música. Rosa Morta

○ CENTRO CULTURAL URUCUIA - R. W-3, 500, Pongelupe, Barreiro, Bhz.
☆14h Cinema. Filme “Hoje”
☆16h Música

○ CENTRO CULTURAL PADRE EUSTÁQUIO - FECOPE - R. Pará de Minas, 821, Padre Eustáquio, Bhz.
☆16:00 Música Autoral. Duzão Mortimer

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●Sábado (15/2)●

○ CENTRO CULTURAL DA UFMG - Av. Santos Dumont, 174, Centro, Bhz.
☆15h Leitura Dramática. Meus Lábios se Mexem” é um texto do cineasta e dramaturgo Jorge Furtado
Participam da Leitura os atores Cida Falabella, Ângela Mourão, Antônio Grassi, Eduardo Moreira e Bernardo Mata Machado com direção de Adyr Asssumpção.

○ CASA SOCIALISTA, Território Marielle Franco, Av. Bernardo Monteiro, 60, Floresta, Bhz.
☆Durante o dia. Coletivo Linhas do Horizonte com Instalação: A mujeej pawereta pandat*Irmãos caminhando juntos
☆14h30 às 15h CIRCO. CIA CIRCUNST NCIA. Espetáculo de palhaçes
☆18h Teatro. Monumento - estudo sobre legado. Cibele Maia
☆19h Performance. VABI MACHADO PERFORMANCE: "é muita coisa: 3 palavras para um micro ato".
☆19h30 PERFORMANCE. Com a música cidadão de autoria de Zé Geraldo com a personagem Efigênia Anastácia Sebastião Raimundo (FÓRUM INTER RELIGIOSO)
☆20h30 Leitura dramática. Michelle Ferreira com uma leitura dramática de fragmentos da trilogia "Memória do Fogo" de Eduardo Galeano

○ CENTRO CULTURAL PADRE EUSTÁQUIO - FECOPE - R. Pará de Minas, 821, Padre Eustáquio, Bhz.
☆13h Duelo de mc’s Samorra
☆14h30 Filme na biblioteca com roda de conversa.

○ PRAÇA DE SANTA TEREZA
☆10h30 TEATRO INFANTIL. " A alegria e a tristeza" que trata sobre bullyng,
para crianças de 6 a 12 anos. Com Fernanda Araújo e André Maurício

○ MACUNAÍMA EESPAÇO CULTURAL
☆19h as 20h Musica. THIAGO MOTTA  BANDA ZERO A ESQUERDA
☆20h às 21h30 Musica. BANDA BASTARDOS

○ NO PALCO BEER LOUNGE - Rua Cícero Ferreira 99, Serra, Bhz.
☆17h Literatura. Tatiane
☆17h30 Literatura. Paulo Miranda
☆18h Literatura. Romulo Garcia
☆19h às 20h Música. Luiz Rocha. Voz e Violão.
☆20h30 Musica. THAIS GODINHO BANDA MANACÁ

○ DEJAVU SVS - R. Sergipe, 1395 - Funcionários, Bhz.
☆19h30 Contação de história. Coletivo Encruzilhar
☆21h às 22h Música. Carline
22h a 00h Música. RAAH

○ Déjà-VU UNIÃO - R. Sapucaí, 499, Floresta, Bhz.
☆18h às 19h Música. Banda DiaFragma
☆20h às 21h Música. Banda Tiocapone

○ RUA TUPIS, 300, Centro, Bhz.
☆20h Projeção vertical da Semana de Arte contra a Barbárie

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●Domingo (16/2)●

○ SINPRO - R. Jaime Gomes, 198, Floresta, Bhz.
☆18h FILME: DEMOCRACIA EM VERTIGEM dirigido por Petra Costa

○ Déjà-VU UNIÃO - R. Sapucaí, 499, Floresta, Bhz.
☆17h Música. Boi do Além
☆19h Teatro. Cipó Cravo

○ DEJAVU SVS - R. Sergipe, 1395 - Funcionários, Bhz.
☆19h30 às 21h30 Música. Conhecimento Hip Hop: "Passando a Visão pá Trampá os Miolo"

○ NO PALCO BEER LOUNGE - Rua Cícero Ferreira 99, Serra, Bhz.
☆15h ARAUTOS DA POESIA. Formado por crianças e adolescentes de Sabará 
☆16h30 Música. Hyanna. Voz e violão
☆18h Música. Jhonatan
☆19h30 Música. Militani. Boi Luzeiro.

○ MATRIZ CENTRO CULTURAL - Rua dos Guajajaras, 1353, Barro Preto, Bhz.
☆16h Música. Conexão Banto
☆17h Música. Carol Nascimento
☆18h Música. Jony Medeiros
☆19h PERFORMANCE. Performance cênico-poética "Vida em branco"
☆19h15 Música. Wellisdarlem
☆20h15 Música. Sarau Resistência & Luz

○ POSTINHO DA PRAÇA ALASKA - Av. Dos Bandeirantes, 20, Sion
☆17h às 20h Música. Boca frôxa

○ ARMAZÉM DO CAMPO BH – MST – Av. Augusto de Lima 2136
☆12h Concentração do Bloco Pisa Ligeiro
☆14h Cortejo

○ CASA SOCIALISTA - Território Marielle Franco, Av. Bernardo Monteiro, 60, Floresta.
☆10h as 14h Bloco Sou Vermelho

○ TERRITÓRIO MARIELLE FRANCO - Av Bernardo Monteiro 52 com Contorno
☆14h BLOCO CIRCULADÔ - PARANGOLÉ - PERCUSSÃO CIRCULAR

○ URSAL - Av. do Contorno, 3479, Santa Efigênia, Bhz.
☆17 às 18h CORAL - Coro Bora Cantar Diversidade e Coro Em Canto
☆18h30 às 19h Música LUCCAS CARAZA
☆19h30 DJ ANDRÉ KBÇA
☆20h às 20h30 Dança. Natália
☆21h Música. DALMIR LOTT. VOZ E VIOLÃO

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●Segunda-feira (17/2)●

○ NO PALCO BEER LOUNGE - Rua Cícero Ferreira 99, Serra, Bhz.
☆15h Performance. LooP Records e DKda D'20
☆18h Dança. Companhia Girassol


○ CATAVENTO CULTURAL - R. Ozanam, 700, Ipiranga, Bhz.
☆20h30 Música. Sheila Oliva

○ CASA SOCIALISTA, Território Marielle Franco, Av. Bernardo Monteiro, 60, Floresta, Bhz.
☆Artesanato e adereços de carnaval para representatividade do corpo como um ato político, artesanato confeccionados à partir de reutilização de materiais diversos. O dia todo.


○ CENTRO CULTURAL PADRE EUSTÁQUIO - FECOPE - R. Pará de Minas, 821, Padre Eustáquio, Bhz.
☆17h Chorinho. Grupo de Choro Contra o Fascismo

○ CASA DE ANGOLA, Rua Riachuelo, 918, Padre Eustáquio, Bhz.
☆19h30 Contação de histórias. Maria Célia Nunes
☆20h30 Música. Lucilene Diolinda
☆20:45 Música. Trio Contra o Fascismo 

○ URSAL - Av. do Contorno, 3479, Santa Efigênia, Bhz.
☆17h Música. Zero de saldo
☆18h30 Contação de História e Poesia. Brenda Marques.
☆20h Música. Dom Preto. Voz e violão. 

○ ESCADARIA DA IGREJA SÃO JOSÉ
☆19h30 Coral da Marilu

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●Terça-feira (18/2)●

○ DEJAVU SVS - R. Sergipe, 1395 - Funcionários, Bhz.
☆19h30 Música. Dj Corisco
☆21h Música. Coletivo AYO

○ NO PALCO
☆19h30 PERFORMANCE DADAÍSTA. COLETIVO POESIA ORBITRAL
☆20h Robaldo de Oliveira Zenha. Leitura de poemas de própria autoria
☆21h Recital poético. Cristiano Ramos
☆21h30 Tereza Batista pronta pra guerra. Performance por Gercino Alves, inspirada em Jorge Amado

○ TEATRO DA CIDADE - R. da Bahia, 1341, Centro, Bhz.
☆20h ESQUECIDOS/RECORDADOS. Cia Marginal de Teatro


○ URSAL - Av. do Contorno, 3479, Santa Efigênia, Bhz.
☆17h Contação de História e Poesia. Grupo Literário Paulo Siuves.
☆18h Música. Yasmin Salin
☆18h30 Cinema. Adriane Muradas
☆19h30 Contação de História e Poesia. Maria Clara
☆20h Contação de História e Poesia. Kakaih Machado

○ CASA SOCIALISTA, Território Marielle Franco, Av. Bernardo Monteiro, 60, Floresta, Bhz.
☆Artesanato e adereços de carnaval para representatividade do corpo como um ato político,
artesanato confeccionados à partir de reutilização de materiais diversos. O dia todo.
☆19h CIA CANDONGAS. Leitura dramática de Sísifos, seguido de debate.
☆20h30 às 20h45 Teatro. Raquel Miranda. Sobre a vida das mulheres, utiliza a fala, corpo negro dançando o feminicidio diário.

○ SINPRO - R. Jaime Gomes, 198 - Floresta, Bhz.
☆18h às 20h Filme: DEMOCRACIA EM VERTIGEM. Direção: Petra Costa

○ CASA DO JORNALISTA - Av. Álvares Cabral, 400, Centro, Bhz.
☆18h Lançamento do livro “Telma”. Marcelo Dias Costa
☆19h Música. Selma Carvalho.
☆19h15 Roda de conversa. Arte & Resistência em tempos de Barbárie. Mediador: Gabriel Lopo (DCE UFMG)
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Acompanhe aqui: https://www.facebook.com/events/623656588396877/?active_tab=about

MANIFESTO DA SEMANA DE ARTE CONTRA A BARBÁRIE BH


Peço licença pra falar
Com você, povo brasileiro.
Não é história de pescador
É um alerta verdadeiro.
Estão tirando nossos direitos
de um jeito traiçoeiro.

Como você deve saber
nosso país tem constituição.
Nela estão nossos direitos
e não podemos abrir mão.
Somos iguais perante a lei
Independente de opinião.

Mas atenção para a arte,
pois a arte expressa tudo.
Sem censura ou licença,
a arte é que colore o mundo.
Por isso atacam a nós artistas,
Querem que fiquemos mudos.

Pela liberdade de expressão
Artigo 5º da constituição
Pela livre manifestação
Artigo 5º da constituição

Cada povo ou cidade,
minoria ou comunidade
é como um rio corrente,
que forma uma sociedade.
São variados tipos de arte
num mar de diversidade.

Arte e cultura andam juntas,
margens de um rio a correr.
Elas ajudam a fluir todo dia
As águas do nosso viver.
Ah, mas como elas incomodam
os Homens que tem poder.

Viva a arte e as artistas!
Cada um com o seu jeito.
Sons, imagens, corpos, rimas
Mas sem nenhum preconceito.
Trazem sonhos, realidades
Causar é nosso direito.

Arte é margem, horizonte,
alimento, direito, poesia.
Para toda a população
Pão e arte todo dia.
Ela é a nossa profissão!
Ela é a nossa rebeldia!

Pela diversidade religiosa
Artigo 5º da constituição
Pela liberdade amorosa
Artigo 5º da constituição

A arte é o céu estrelado
que nos inspira a seguir.
Também é roda e é motor,
ajuda o povo a construir.
Impulsiona a economia,
cria uma rede pra servir.

Não somos discursos eleitorais,
nem excludentes e elitistas.
Pedimos agora um basta,
A essa barbárie nazista!
Diga não ao governo do ódio,
não sejamos conformistas.

Trazem de volta a censura,
tentam calar nossa voz,
sucateiam a cultura,
num desmonte vil e atroz.
Porém corpos são poemas
Só se for por cima de nós!

Saudamos nossa liberdade,
agora o que conta é a vida.
Os direitos de cada cidadão
e que a arte seja repartida.
O direito à educação,
assim como a nossa comida.

Pela liberdade de expressão
Artigo 5º da constituição
Pela livre manifestação
Artigo 5º da constituição
Pela diversidade religiosa
Artigo 5º da constituição
Pela liberdade amorosa
Artigo 5º da constituição

Somos pelo Artigo 5° da Constituição Federal!
Lutamos contra o desmanche bárbaro da Cultura e da Educação!
Lutamos contra o avanço do fascismo e do ódio!
Lutamos pela diversidade e liberdade de expressão e manifestação!
Lutamos com alegria, amor e ousadia, Juntxs!

(Autoria coletiva)

quarta-feira, setembro 11, 2019

Semana da Educação - Espaço Contação de Histórias no Parque Municipal

De lobo a bolo: uns heróis bem diferentes

Narração de histórias para crianças de todas as idades. O repertório parte de textos literários consagrados junto ao público infantil, bem como narrativas da tradição oral.

Duração: 30 minutos

Público: infantil

19, 21 e 22 de setembro de 2019, às 13h30
Local: Parque Municipal Américo René Giannetti. Belo Horizonte. MG.



sábado, setembro 07, 2019

Hoje eu saio de preto

Hoje eu saio de preto contra o desrespeito à vida, contra a desigualdade, a mentira e a calúnia.
Hoje eu saio de preto contra um presidente que ridiculariza quem é mais fraco.
Hoje eu saio de preto contra o desmonte da educação.
Hoje eu saio de preto contra os vetos à lei de abuso de autoridade.
Hoje eu saio de preto contra a reforma da Previdência.
Hoje eu saio de preto contra a destruição do direito dos trabalhadores.
Hoje eu saio de preto contra o desrespeito à Constituição.
Hoje eu saio de preto contra o nepotismo e a desonestidade.
Hoje eu saio de preto contra a injustiça social que o governo atual promove.
Hoje, sete de Setembro, eu saio de preto.

sexta-feira, agosto 30, 2019

A fúria do corpo - Um relato selvagem

Um homem sem nome nem sem passado conta uma furiosa história de amor. Ele vaga pelas ruas do Rio de Janeiro. Em especial, de Copacabana. Sua palavra é descontrolada. Ao leitor, ele faz o relato de seus devaneios em uma vida insalubre e inconsequente, que ele divide com a mulher que ama.

Esse é, por se dizer, todo o enredo de A fúria do corpo, de João Gilberto Noll. O romance gira em torno das experiências sexuais e delírios do narrador. Nesta obra, Noll faz um retrato de um Rio de travestis, prostitutas e mendigos com suas vicissitudes. Um livro que é, antes de qualquer coisa, escatológico.

Aqui, o adjetivo escatológico se confunde em seus sentidos divergentes. A linguagem é pornográfica, profana, libertina. Contudo, o texto é entremeado de referências bíblicas, em especial ao livro Apocalipse de João. O próprio narrador já de início se compara ao evangelista em seu relato.

Outra forte fonte de referências, porém, está no paganismo que cerca a figura de Afrodite, a mulher que compartilha com o protagonista o caminho da mendicância. Por diversas vezes as experiências sexuais narradas se tornam bacanais onde a depravação pura é o ponto de partida. E o clímax acontece justamente no Carnaval.

Outro viés da narrativa é seu cunho de retrato de exclusão, em tom de denúncia velada. O narrador mais de uma vez declara estar pronto para ser morto pelo Esquadrão da Morte. Há relatos de violências absurdas em prisões e cadeias. Sua vida e de Afrodite estão sempre a ponto de serem descartadas.

Com muita crueza, mesclada a uma certa dose de doçura, pela adoração incondicional que o narrador devota à sua mítica Afrodite, A fúria do corpo flerta o tempo todo com a insanidade, sem deixar de lado o trato minucioso com as palavras e um apreço por fazer literatura. Assim, este é um complexo romance de enredo extremamente simples, mas que na sua simplicidade aprofunda e mostra o que nós temos de mais humano.

Ficha Técnica 
A fúria do corpo
João Gilberto Noll
Ano: 1989
Páginas: 276
Idioma: português
Editora: Rocco

segunda-feira, agosto 19, 2019

quinta-feira, abril 18, 2019

Se eu fosse

Eu queria
ser
outra
Pessoa.
Pose
Habilidade.

Se eu fosse o
Hulk
seria
Incrível.

Ou mais um IDiota
tentando na força
vencer a razão.

Talvez outro
Hyde
Menos senhor de mim.
Monstro não mais
escondido.

A força estúpida e ingênua
do ódio mais puro
o estalar da loucura
ante o absurdo
da vida.

Ou talvez a
Ternura
Travestida em fúria
Ante a negação do
Amor.

quarta-feira, abril 27, 2016

Posicionamento

Alguns apontamentos feitos dia 21 de abril de 2016, no Facebook.

Estou bem atrasado. Ainda envolvido no final de uma doença debilitante, não acompanhei o discurso de ódio veiculado na televisão neste último domingo. Mas agora tive que assistir. Um homem grande, bonito, de voz forte, exaltando outro homem. E o homenageado foi um notório torturador.
Não posso ser omisso. Sei que as palavras são muitas, mas por vezes a indignação tranca a boca. Falta instrumento para verbalizar o que é absurdo. Por isso eu entendo que talvez um cuspe tenha sido a única reação viável no momento.
Eu, porém, tive o tempo ao meu lado. Pude assistir com calma. Uma calma que me fugiu logo em seguida. Mais uma vez, não é possível ser omisso. Jair Bolsonaro defendeu um TORTURADOR em cadeia nacional. E não podemos, a meu ver, nos calar diante disso. Faço então um apelo a todos aqueles que se consideram simpatizantes de Bolsonaro. Por favor, avaliem essa postura. Não adianta essa pessoa esconder seu ódio junto a palavras como “deus”, “família” e “pátria”. A exaltação ao torturador permanece lá. E categoricamente, afirmo: essa violência não se justifica.
Bolsonaro afirma lutar pela "inocência" das crianças e ao mesmo tempo glorifica um homem que expôs uma mulher amarrada e violentada diante dos filhos pequenos. É esse tipo de homem que vocês, que curtem o Bolsonaro, defendem?
Não é questão de ser de direita ou de esquerda. O que está em jogo aqui é algo mais importante, chamado DIGNIDADE. Algo que vai além de posturas ideológicas. Por isso, conto com o bom senso de todos os que se simpatizam com esse político chamado Jair Bolsonaro. Por favor, não vamos continuar alimentando um monstro.

#DigaNãoaJairBolsonaro
#ForaBolsonaro
#TorturaNuncaMais

#DitaduraNuncaMais