quarta-feira, maio 31, 2017

E a chama ainda brilha

Faz mais de uma semana que a CANDEIA - Primeira Mostra Internacional de Narração Artística foi oficialmente encerrada. Digo oficialmente porque dentro de mim ela continua a acontecer. Em minha mente e Coração continuo a me maravilhar com a energia sapeca do Joca, com o encanto sereno da Linete, com a voz e a presença do Gazel, com a força e a energia expressiva da Sandrita, com a experiência e simpatia do Cristiano, com a postura sempre pronta da Rocío e da Bárbara, com a constante luz da Aline Cântia e do Chicó do Céu.
Ainda pouco falei. Não mencionei todos que me tocaram, que me moveram, que deixaram marcas em sons e palavras, como o Giba, o Silas e os Arautos da Poesia. Ou de tanto que aprendi com as cristalinas palavras das mesas, com Rosana, Gislayne, Beatriz e Sandra, mestras de sempre. 
Foi impressionante perceber como a personalidade da Aline Cântia incorpora o espírito da CANDEIA. Com sua expressão sempre tranquila e firme, como uma chama que nunca se apaga. E ver a magia presente na voz e nos gestos do Chicó, que de fato é um menino do Céu, com seu jeito de homem sempre menino.
E meninices não faltaram. Para mim, participar da CANDEIA foi ser uma outra criança. Ficava maravilhado ao mergulhar nas memórias da Sandrita, do Gazel, do Joca, da Linete, do Silas. E encontrar-me criança ali. Mergulhei nas vozes de cada um. Vozes como o sopro do deserto; como o ondear da costa da Barranquilla, como o correr do leito do São Francisco ou como as escondidas águas de tantos rios da floresta.
Durante os dias que a CANDEIA brilhou forte em BH, foi como se eu estivesse envolvido em outro útero. Um útero de palavras. Fui como a carne que recebe a folha de Maniva e a saliva de todos da tribo. Estou agora sentindo os efeitos de encontro tão incrível. A CANDEIA queimou forte em mim. Seu fogo é singelo e duradouro. Sim, ela continua brilhando e brilhará cada vez mais intensa em minha memória e palavras.


domingo, maio 14, 2017

quarta-feira, maio 10, 2017

Um dia mágico



Biblioteca é um lugar de histórias. Por isso, de partilhas também. Afinal, a história só acontece quando contada, assim como o livro, quando lido.
Essa condição primordial de ponte, elo, torna a leitura tão poderosa, aproximando as pessoas, permitindo a nós o exercício da empatia, da oportunidade de sentir a dor de outra pessoa. A leitura literária é repleta de potência e nós vivemos para tornar essa potência evidente.
A inauguração do novo espaço da Biblioteca do Centro Cultural São Bernardo trouxe tudo isso à mente, enquanto compartilhava com crianças e adolescentes histórias que tenho guardadas na memória ou nos livros. 
De manhã, para meninas e meninos de 7 a 10 anos, contei "Um herói bem diferente", da Rosane Pamplona, e li "O rabo do rato", da Balbina Oliveira, ambas as histórias são registros de narrativas orais. Encerrei então com o magnífico "Mamãe zangada", de Jutta Bauer.
Ficamos então explorando o espaço, compartilhando leituras e ideias. Um dos livros que as crianças me pediram para ler era de adivinhas, o que envolveu grande parte da turma.
À tarde, recebi uma turma maior, pois eram duas escolas. Adolescentes, com seu ar desafiador e despojado, me olhavam, esperando histórias. Resolvi então contar uma narrativa da tradição oral chamada "Uma questão de interpretação". Apreendi essa história com a contadora Maria Célia Nunes. Em seguida, li "A parte que falta", de Shel Silverstein. O ar introspectivo que dominou os jovens foi então alimentado pelo "Mamãe zangada", única narrativa que resolvi repetir.
Seguimos para a exploração do acervo. Nesse momento, percebi que eles preferiam exercer sua autonomia no espaço, escolhendo suas leituras de forma mais reservada. Continuei à disposição para o caso de alguém pedir uma leitura.
Em ambos os turnos, senti-me muito bem recebido, tanto pelos alunos e professores, quanto pela equipe do Centro Cultural São Bernardo. A todas e todos meu mais profundo agradecimento. Que possamos repetir momentos assim, para descobertas e afetos.

segunda-feira, maio 08, 2017

Apresentação na Frente Pela Gastronomia Mineira


Gastronomia pode ser um tema delicioso para os ouvidos e para a imaginação também. Foi assim que compareci à Frente Pela Gastronomia Mineira, no Museu Histórico Abílio Barreto, para narrar histórias.
A princípio, acreditei que o desafio seria maior que minha habilidade. Pensei um bocado em quais histórias escolheria. Para mim, comer também é um ato de afeto, uma relação de amor. Sei que nossa sociedade, com seus fastfoods e foodtrucks, muitas vezes nos faz esquecer disso. Porém, nossas refeições ainda são fenômenos sociais. Além disso, a comida é um bom pretexto para tornar uma reunião mais agradável, proporcionando momentos de trocas, de aproximações.
Além disso, toda boa cozinheira é também uma contadora de histórias, preparando cada prato com sua receita e ingredientes, mas também com seu toque especial, sua vivência própria que tanto contribui para a comida ser saborosa na medida certa.
E quantos de nós já tivemos uma boa prosa ao pé do fogão, regada com muito café e carinho... Cozinha, em Minas, é sinônimo de boa conversa.
Comecei a narração com "A sopa de pedra", versão de Bia Bedran. Em seguida, contei "A Bruxa Salomé", de Audrey Wood e Don Wood. Fechei com "O caso do bolinho", no reconto de Tatiana Belinky. Contei com a colaboração de todos, com as palmas e sorrisos.
Agradeço o convite da Flávia Werneck da Belotur. Foi uma excelente oportunidade. E não posso deixar de mencionar a Pâmela Machado, que registrou o momento e me mandou tão boas energias.

Foto realizada pela Pâmela Machado (http://cadernodapam.blogspot.com.br).

domingo, maio 07, 2017

Sarau Leve


Ontem o Coletivo Simples fundou a sua história. E o mais importante é que fizemos parte da história de um dos projetos literários mais consistentes, democráticos e abrangentes.
Estou falando do Sarau Leve, evento que celebrou a terceira temporada do Leve Um Livro, projeto idealizado e realizado pela Ana Elisa Ribeiro e pelo Bruno Brum.
Assim, o Coletivo Simples se fez conhecer ao mundo em grande estilo. Sinto-me honrado em caminhar com Pâmela Machado, Norma de Souza Lopes e Rodrigo Teixeira nessa vereda repleta de poesia.