Para combater
Todo tipo de
Fascismo
Minha resposta
É ser ridiculamente
alegre
Meu contra-ataque
É ser
Anarquicamente
Feliz
Para combater
Todo tipo de
Fascismo
Minha resposta
É ser ridiculamente
alegre
Meu contra-ataque
É ser
Anarquicamente
Feliz
Capitães da Areia, romance de Jorge Amado, nos conta com detalhes e crueza a vida dessas crianças e adolescentes. Fome, doenças, as torturas na delegacia ou no reformatório, essas são alguns dos inúmeros perigos que enfrentam. Há também outros grupos de crianças, menores e menos organizados, que não deixam de oferecer riscos aos Capitães. Ocasionais batalhas acabam acontecendo por conta disso.
O romance é dividido em duas partes. Na primeira, os capítulos contam as peripécias dos Capitães da Areia, tendo um ou outro como protagonista. Por isso, podem ser considerados episódios sem necessariamente terem um enredo cronológico. Já a segunda parte segue uma linha temporal e conta da entrada da menina Dora para o grupo e seu inocente romance com Pedro Bala.
Há um tom de idealismo no livro, mesclado à crítica social, como se uma revolução fosse a única chance para mudar a vida dessas crianças e erradicar a pobreza. Outro ponto curioso é a ausência da adolescência. Com 16 anos, Pedro Bala é considerado pelo narrador como uma criança. Essa visão estendida de infância é interessante pelo ponto de vista sociológico. Apesar de serem chamados de "crianças", os Capitães da Areia são muitas vezes apresentados como "homens", por sua precoce independência, onde são obrigados a tomarem atitudes consideradas adultas.
Com ação, aventura e romance, Capitães da Areia é um livro que nos envolve, comove e também revolta. E nos faz pensar em nosso papel como seres humanos, agentes de mudança. Lança a miséria em nossa cara, com toda a sua violência e nos convida a tomar uma atitude contra toda forma de crueldade e tirania.
Ficha Técnica:
Capitães da Areia
Jorge Amado
ISBN-13: 9788535914061
ISBN-10: 8535914064
Ano: 2009
Páginas: 280
Idioma: português
Editora: Companhia de Bolso
Perfil do livro no Skoob: https://www.skoob.com.br/capitaes-da-areia-968ed25062.html
Narrado em primeira pessoa, o romance nos apresenta Leda, uma excelente professora universitária que está de férias no sul da Itália. Sofisticada e com uma exuberância natural, ela logo atrairá a atenção de uma família de napolitanos, rude e barulhenta, que também está de férias na praia. Aquela família representa tudo o que Leda mais despreza, pois foi de um lar assim que ela egressou. Porém, quem de fato atrai a atenção de Leda é a jovem Nina, devota mãe da pequena Elena.
Observar mãe e filha em seus passeios e brincadeiras na praia irá despertar sentimentos controversos em Leda, que gradativamente se envolverá com a família de formas inusitadas, o que trará a ela consequências irremediáveis.
A filha perdida é mais um exemplo do indiscutível talento de Elena Ferrante em criar tramas e personagens profundos. Leda é controversa, por vezes inconsequente, e nos perguntamos se sua narração é confiável. Perturbada pelos remorsos que sente, por causa do que fez tanto com sua mãe quanto com suas filhas, Leda parece querer resgatar em Nina a mãe que ela desejava ter sido, bem como a filha que ela não foi.
Outro elemento a ser destacado é a linguagem. A narrativa é crua e visceral, sempre contundente e melancólica. O texto é claro, envolvente, cadenciado. O discurso de Leda é fragmentado e repleto de digressões e rememorações. O tempo todo ela parece pesar e medir as pessoas ao seu redor, ao mesmo tempo que é pesada e medida por si mesma.
Com personagens memoráveis, falas emblemáticas e certa dose de reviravoltas, A filha perdida é uma leitura aguda, que nos prende e absorve até a última página. E nos faz querer voltar ao início para ler tudo de novo.
Ficha Técnica
A filha perdida
Elena Ferrante
R$ 31,92 até R$ 37,10
ISBN-13: 9788551000328
ISBN-10: 8551000322
Ano: 2016
Páginas: 176
Idioma: português
Editora: Intrínseca
Perfil do livro no Skoob: https://www.skoob.com.br/a-filha-perdida-613339ed613826.html
Algo não está certo. O menino acorda certa noite com um barulho horrível. No dia seguinte, seu pai não mais está em casa e sua mãe parece muito triste. Mas esse nem é direito o começo da história. A mãe pede ao menino que vá levar um bolo para a vovó, que está doente, mas que não passe pelo caminho da floresta.
Isso lembra a você alguma coisa? Pois esse menino, protagonista do livro Na floresta, de Anthony Browne, irá justamente usar o caminho mais "curto", porém o mais perigoso e sombrio. Enquanto esse garoto faz a travessia solitária, vai se deparando com diversas personagens, todas elas bem reconhecíveis. Lá está o menino que precisa vendar uma vaca leiteira. Lá estão também a menina e o menino que se perderam de seus pais na floresta. E não se trata apenas disso. Ao longo das páginas, a cada nova imagem, vamos descobrindo que na floresta estão espalhados elementos de vários contos de fadas, num constante convite a um jogo de descobertas.
O texto da narrativa de Browne é simples. Porém, não é bom que seja lido de forma ingênua e desavisada. Muitas são as nuances que mostram que a história é muito mais do que está posto. Afinal, o que aconteceu com essa família? O pai de fato voltará? Haverá uma vovó esperando no final do caminho? E ainda que os conflitos pareçam apaziguados, as ilustrações nos contam que há algo mais, que o conflito talvez nunca se resolva. Ou sua resolução não seja aquela que esperamos.
Afinal, pouca coisa na vida acontece como esperamos. E a literatura, como arte, vem para nos lembrar de nossa finitude. Assim, nós nos lembramos que estamos vivos. E Anthony Browne, com seu primoroso Na floresta, enquanto homenageia o universo dos contos de fadas vem nos lembrar que as coisas, mesmo as mais preciosas, também chegam ao seu fim.
Ficha Técnica:
Na Floresta
Anthony Browne
Tradução de Clarice Duque Estrada
ISBN-13: 9788566642124
ISBN-10: 8566642120
Ano: 2014
Páginas: 32
Idioma: português
Editora: Pequena Zahar
Perfil do livro no Skoob: https://www.skoob.com.br/na-floresta-372398ed420377.html