sábado, fevereiro 29, 2020

Preciso trocar os meus óculos

Lá fora, a cidade queima.
Numa ânsia fratricida,
seres humanos lutam
pelo direito de se matarem.
Alguns, já marcados,
sabem do pouco
que lhes resta.
Outros tripudiam
sobre os corpos inertes
memórias e nomes
de tantas.
Enquanto isso, sinto
não só a miopia
mas as marcas
nas minhas lentes
embotando minha visão.
Sim, preciso trocar os
meus óculos.
Antes que o outro
Desapareça
e eu já não possa
lhe estender a mão.

sexta-feira, fevereiro 28, 2020

Um defeito de cor - a voz e a força de uma mulher negra

Há muitos anos vinha desejando ler Um defeito de cor, obra épica de Ana Maria Gonçalves. Adiei por tempo demais. Até que o destino nos colocou juntos: fui escalado para mediar uma mesa com a Ana Maria e com Marcelino Feire no terceiro FLI-BH. 

Assim, o desafio de ler essa obra de centenas de páginas era algo do qual não poderia mais fugir. Afinal, essa é a obra de referência da autora e o motivo de sua escolha para a mesa com o tema que unia a vivência e a escrita.

Foi com essas questões em mente que dei início à leitura de Um defeito de cor. E o que a princípio seria uma leitura técnica se tornou um percurso selvagem e apaixonado, através da voz de uma africana, chamada Kehinde, que confidencia em uma longa carta sua vida, suas escolhas e lutas.

De fato, Kehinde é, antes de tudo, uma lutadora. Vítima e testemunha de uma abjeta violência ainda em sua terra natal, a ainda menina vai desenhando aos olhos dos leitores suas experiências com uma grande carga de inocência. Mesmo quando, mais tarde, ela e a irmã são sequestradas e levadas como escravas, a menina mantém essa pureza que a faz forte, capaz de superar as violências.

A partir do percurso feito para atravessar o Atlântico, tem início o que eu considerei a parte mais difícil do livro. Ter consciência quase gráfica das violações suportadas pelos africanos escravizados é algo diante do qual é impossível ficar indiferente. O sofrimento é visceral, implacável, repleto de crueza, não poupando idosos ou crianças. Na travessia, todas as dignidades foram estupradas das pessoas e, para mim, é impossível não pensar em reparação. 

O enredo prossegue, assim como as violências, já em solo colonial. A narrativa, porém, assume um pouco mais de leveza, a partir da inteligência e tenacidade de Kehinde, que busca assumir o leme da própria vida, mesmo em condições tão adversas. A resistência e inventividade de Kehinde por vezes lhe garantem consequências desastrosas.

Outro ponto a se destacar na narrativa é a profunda curiosidade espiritual de Kehinde. Ela tem memórias de ritos e cultos realizados em África e na medida que pode, vai expandindo seu conhecimento na tradição de seus antepassados.

É preciso destacar que o livro de Ana Maria Gonçalves busca em fatos históricos ancorar sua narrativa. Sendo assim, somos apresentados a personagens e acontecimentos que marcaram a história da Bahia do século XIX, bem como de outros lugares, como a Costa de Mina, na África. 

É importante destacar também que a vida de Kehinde, nomeada no Brasil como Luísa Gama, se entrelaça à vida de uma pessoa fundamental para o movimento abolicionista. Fazer tal descoberta, enquanto lia o prefácio, trouxe-me lágrimas aos olhos.

Com uma narrativa densa, mas nem um pouco enfadonha, repleta pelo esmero em detalhes históricos e na profundidade de suas personagens, Um defeito de cor é um épico imperdível para quem quer conhecer mais sobre sua história e seu povo.

Ficha Técnica 
ISBN-13: 9788501071750
ISBN-10: 8501071757
Ano: 2006
Páginas: 952
Idioma: português
Editora: Record

quinta-feira, fevereiro 27, 2020

A violência nossa de cada dia

Há anos venho ponderando sobre o senso comum e o alarmismo da mídia de que a violência estaria aumentando. São ponderações que mantive para mim mesmo, no máximo comentei com alguém próximo. Porém, esses questionamentos permanecem, sempre me instigando. 

Por exemplo, é muito comum escutar que antigamente a violência era menor, que as pessoas poderiam sair na rua com mais tranquilidade, que crianças não podem mais brincar ao ar livre.

Tais argumentos são inclusive usados por aquelas pessoas que defendem o armamento da população, o endurecimento do código penal e a ampliação dos presídios. E foram também utilizados por quem apoiava o antes candidato e atual presidente. 

A despeito das atuais informações do Ministério da Justiça - das quais eu desconfio - existe sempre um discurso de que a violência estaria aumentando e que seria necessário um enrijecimento do Estado, para que tal escalada fosse interrompida.

A História, porém, nos mostra outra coisa. Já tivemos períodos muito mais violentos que os atuais, em números absolutos. Se formos pensar proporcionalmente, então, a violência seria ainda maior.

Eu me lembro que, quando criança, passei férias no bairro Planalto, aqui em Belo Horizonte. Deveria ser o ano de 1989, ou 1990. Naquela época, sair para a rua era certeza de ser assaltado por alguém. Eu inclusive fui vítima de um desses assaltos. Sem falar nos furtos constantes a que as pessoas eram vítimas, no centro da cidade.

Essas ocorrências foram diminuindo, a partir da melhora da economia do país. Com apenas minha memória para contar como aliada, arrisco afirmar que os períodos de estabilidade econômica corresponderam, pelo menos para mim, a uma maior sensação de segurança.

Outro ponto que me incomoda são as frequentes pesquisas - inclusive a última divulgação do Ministério da Justiça. Em nosso país, temos a mania de mudar os indicadores, o que compromete historicamente a pesquisa. Ou seja, acabamos provocando nossa própria desinformação. 

Por fim, temos um aumento vertiginoso da população, tanto no Brasil quanto no mundo. Sendo assim, é compreensível que a violência aumente, em números absolutos. Devemos, porém, continuar a combatê-la.

Para concluir, afirmo que me causa nojo que o atual líder da nação seja um defensor da tortura, do extermínio e que use de violência verbal (e por vezes física) contra qualquer pessoa que o desagrade. A incitação à violência que Bolsonaro faz, quase diariamente, deixa exposta toda a sua monstruosidade e a hipocrisia dos cristãos que o apoiam.

quarta-feira, fevereiro 26, 2020

A mão do poeta

É branca a mão do poeta
branda?
Há um poeta de mão transparente
e grandes visões
E o poeta de mão opaca não entende
Criação?
Magia?
Ou então simples loucura seria?
Não se sabe, nem mesmo este poema
quando nasce não quer saber
pois o está feito deste poema
é mais preocupado em existir
do que responder à existência
E ao poeta opaco
Suas próprias indagações.

segunda-feira, fevereiro 24, 2020

Pequeno guia do mediador:



  1. Cuidar do espaço de modo a criar um ambiente favorável para a leitura; principalmente quando se trata de bebês. É importante garantir condições mínimas no espaço.
  2. Deixar os livros ao alcance das crianças, facilitando seu acesso.
  3. Ter um acervo, uma biblioteca, diversificada pensando na multiplicidade dos perfis leitores.
  4. Saber quem serão seus leitores, ou preparar-se para a diversidade de perfis.
  5. Disponibilizar o tempo para a leitura com dedicação e exclusividade.
  6. Não esperar nada desses momentos de leitura a não ser um momento de fruição que o contato com uma experiência artística possibilita.
  7. Não se esquecer da liberdade do leitor - ele não é obrigado a nada.
  8. Mostrar o livro como fruto de um trabalho coletivo:
  • ler o título;
  • ler o nome do autor e do ilustrador;
  • ler o nome da editora;
  • ler o paratexto.
Quando for um álbum ilustrado, compartilhar a leitura das ilustrações. Ser fiel ao texto:
  • não vale mudar palavras de difícil compreensão;
  • não vale traduzir trechos complicados;
  • não vale alterar ou reduzir histórias.
Depois da leitura:
  • ter uma escuta atenta;
  • respeitar o que os leitores pensam, suas dúvidas;
  • problematizar sem conduzir a uma interpretação única do texto.
Procurar se manter informado sobre lançamentos.

Guia retirado do curso Infâncias e Leituras, do Polo Itaú Social, em parceria com o Laboratório Emília de Formação. (http://www.polo.org.br)

sexta-feira, fevereiro 21, 2020

Harvey, como me tornei invisível - Sozinho na noite, diante das estrelas

Uma criança diante da morte. A primavera, símbolo de renovação, torna-se ícone de um momento marcante e doloroso, que marcará para sempre a história dessa criança. 

Se fosse necessário reunir em uma única palavra a narrativa Harvey, como me tornei invisível, de Hervé Bouchard e Janice Nadeau, eu diria solidão. Uma enorme e massiva solidão.

Logo de início, temos o potente silêncio por páginas e páginas, desenhando cenários tristonhos. Em seguida, a voz de Harvey. Ele não começa com "Eu me chamo Harvey", mas com "Todo mundo me chama de Harvey". Não temos certeza de que esse é de fato seu nome, ou se ele o sente como sendo seu. A partir dessa perspectiva, Harvey vai contando sua história. Ele narra com calma, dando espaço para pausas e digressões, observações e comentários. Assim, a narrativa assume um tom intimista, de confidência. 

Situado em uma primavera diferente de todas as outras, o acontecimento que Harvey narra é entrecortado de outros acontecimentos, sendo alguns fantásticos, como a turbulenta participação de Scott Carré em uma corrida de palitos pela sarjeta. 

Como o mais baixo do grupo de crianças, ele também parece ser o mais incompreendido. Essa incompreensão parece se estender pelo mundo a sua volta. Contudo, ele é dotado de uma enorme lucidez, permite que ele seja um observador privilegiado, guiando nossa leitura por um momento de penumbras e incerteza.

A narrativa de Hervé Bouchard e Janice Nadau é tanto verbal quanto visual. O tom é carregado e os traços sujos transmitem uma constante melancolia, mas sem cair no dramalhão. A tristeza que perpassa as páginas desta obra é comedida, conformada. Não significa, porém, que não seja intensa. 

Com uma visualidade marcante e um texto poderoso, Harvey, como me tornei invisível é um emocionante relato de transformação, de perda e amadurecimento.

Ficha Técnica:
Capa comum: 168 páginas
Editora: Pulo do Gato; Edição: 1ª (10 de junho de 2013)
Idioma: Português
ISBN-10: 8564974118
ISBN-13: 978-8564974111

Perfil do livro no Skoob: https://www.skoob.com.br/harvey-347357ed389831.html




quarta-feira, fevereiro 19, 2020

E assim se destrói um país

No último sábado, dia 14 de fevereiro, fiquei sabendo pela minha esposa, que é bibliotecária, sobre a diminuição da biblioteca do Palácio do Planalto. A primeira coisa que me veio à mente foi justamente a frase: "E assim se destrói um país".

Fui à internet para procurar mais informações sobre essa devastadora notícia. Descobri que até o site "O Antagonista", o tendencioso e abjeto veículo de desinformação, fazia manchete sobre o fato. A fonte seria o jornal O Globo (https://blogs.oglobo.globo.com/bela-megale/post/governo-desmonta-biblioteca-do-palacio-do-planalto-para-abrigar-michelle-bolsonaro.html).

Apesar das notícias, não queria acreditar. Mesmo estando consciente do projeto do atual governo de desmontar o país, não imaginava que iriam tão longe.

Mas foram. E prosseguirão. Este governo alardeia palavras como pátria, mas segue seus interesses particulares. Afinal, que país subsiste sem memória. O atual presidente faz seus discursos hipócritas de "Brasil acima de tudo", mas não se preocupa em preservar o mesmo país que exalta em seus discursos.

Se amasse de fato o país, o presidente se esforçaria para preservá-lo. Contudo, o atual governo se esforça para explorar o país, seja empobrecendo seu povo, seja destruindo sua natureza. E tudo para seu próprio interesse e de seus parceiros.

E no futuro, se as pessoas não souberem de seu passado, da história deste país, também não terão como saber quem o destruiu.

Atualização de 20/02/2020:

Fui informado pela amiga Soraia Magalhães, bibliotecária e idealizadora do projeto "Caçadores de Bibliotecas", que o governo voltou atrás na decisão. Contudo, cabe a nós continuarmos vigilantes. Afinal, eles nem deveriam ter começado.

https://revistaforum.com.br/politica/michelle-muda-de-ideia-e-nao-quer-mais-sala-com-banheiro-privativo-na-biblioteca-do-planalto/

terça-feira, fevereiro 11, 2020

Semana de Arte contra a Barbárie - BH

Programação


PROGRAMAÇÕES GRATUITAS E
SUJEITAS A PEQUENAS ALTERAÇÕES POSITIVAS♡

●Terça-Feira (11/2)●

○ PRAÇA 7 - Praça Sete de Setembro, s/n, Centro, Bhz.
☆11h - !!!ABERTURA!!! TODES CONTRA O FASCISMO E O DESMANCHE DA CULTURA COM A PRESENÇA DOS:
- artistas e militantes da cultura com poemas, performances e manifesto
- blocos carnavalescos
- forró dançante
- indígenas Awê e Toré: Kambiwá e Pataxó com ritual e denuncia
- “MANIFESTOS MODERNISTAS” - o ator Luciano Luppi interpreta trechos dos Manifestos Pau-Brasil e Antropofágico, a artista plástica Ivana Andrés desenha sobre um grande papel Kraft algumas obras de Tarsila do Amaral. O Público pode participar.

○ TEATRO DA CIDADE - R. da Bahia, 1341, Centro, Bhz.
☆Instalação do Coletivo Linhas do Horizonte
☆18h30 ås 19h - Apresentação musicaI, MakeIy Ka & Gustavo Souza
☆19h00 às 22h00 - Mesa-Redonda: Modernismo, Cultura e Integralismo no Brasil: em face do centenário modernista brasiIeiro. Mediação: TeIma Borges (FaE/UFMG)
Debatedores: Fábio BrasiIeiro (UnB); Eneida de Souza (FaIe/UFMG); Jacques Ievy (comunidade judaica de BH); Pedro PauIo Cava (Teatro da Cidade); VIadmir SafatIe (USP); MaKeIy Ka (música); Patrícia D Viso (artes pIásticas); Julia Calvo (Instituto Histórico IsraeIita Mineiro)  ; Representante da Academia Mineira de Letras.

○ CATAVENTO CULTURAL - R. Ozanam, 700, Ipiranga, Bhz.
☆19h às 19:30 Ilumiar

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●Quarta-feira (12/02)●

○ PRAÇA 7 - Praça Sete de Setembro, s/n, Centro, Bhz.
☆11h às 13h BordAção com o Coletivo Pontos de Luta: Nossa Arte Nossa Luta. ☆Intervenções e Mobilização dos Artistas contra a Barbárie

○ CASA SOCIALISTA - Território Marielle Franco, Av. Bernardo Monteiro, 60, Floresta, Bhz.
☆19h - TEATRO_Luiz Adelmo Gomide com cena de Hamlet Máquina
☆19h30 - Performance com a música cidadão de autoria de Zé Geraldo com a personagem Efigênia Anastácia Sebastião Raimundo (Uma participação de integrante do Fórum Intereligioso)
☆20h - leitura dramática do conto homoerótico, "Do sangue à graxa" por Hugo Bento

○ URSAL - Av. do Contorno, 3479, Santa Efigênia, Bhz.
☆17h às 18h - Sarau João Gabriel
☆18h30 às 19h30 - MÚSICA. Raah DJ e Cantora de Hip Hop Latino
Macunaíma:
☆18h às 19h30 MÚSICA. Carlos Valente
☆20h às 21h MÚSICA. Marcos Buraco

○ NO PALCO BEER LOUNGE - Rua Cícero Ferreira 99, Serra, Bhz.
☆19h MÚSICA. Fabiano Menezes
☆20h30 MÚSICA. Dom Preto

○ RUA TUPIS, 300, Centro, Bhz.
☆20h Projeção VERTICAL, A LIBERDADE NÃO PODE SER SIMULADA, frase de Rikrirt Tiravanija. 1961.

○ Déjà-VU SAPUCAÍ - R. Sapucaí, 499, Floresta, Bhz.
☆19h às 22h MUSICA. Batalha da NuTrilhar Convida Batalha do PV

○ CENTRO CULTURAL URUCUIA - R. W-3, 500, Pongelupe, Barreiro, Bhz.
☆O dia todo artes visuais. grafite com Harlen

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●Quinta-Feira (13/2)●

○ PRAÇA 7 - Praça Sete de Setembro, s/n, Centro, Bhz.
☆11h às 13h BordAção com o Coletivo Pontos de Luta: Nossa Arte Nossa Luta. Intervenções e Mobilização dos Artistas contra a Barbárie.
☆16h às 17h TEATRO. O ARRUACEIRO com o Palhaço Chouriço

○ HLPHONNYX: R. Desembargador Braulio, 713, Alto Vera Cruz, Bhz.
☆13h Música. Tiago Mello
☆18h. Cinema. WebSeriado É Golpe

○ CASA SOCIALISTA, Território Marielle Franco, Av. Bernardo Monteiro, 60, Floresta, Bhz.
☆14h30 às 20h30 Curso. Oficina de faixas com  letras e dimensões diversas (levarem régua, tesoura e lápis preto) Ministrada por Eliane Guedes (Elianinha) do Coletivo Alvorada.

○ CASA DO JORNALISTA - Av. Álvares Cabral, 400, Centro, Bhz.
☆16h às 22h Bazar
☆20h Maracatu de Baque Virado. Patangome Maracarte

○ DEJAVU SVS - R. Sergipe, 1395 - Funcionários, Bhz.
☆20h30 às 21h Musica. Lado Negro

○ CENTRO CULTURAL PADRE EUSTÁQUIO - FECOPE - R. Pará de Minas, 821, Padre Eustáquio, Bhz.
☆15h Oficina de Arte. Nub Mary

○ NO PALCO BEER LOUNGE - Rua Cícero Ferreira 99, Serra, Bhz.
☆Instalação .Coletivo Linhas do Horizonte Instalação: A mujeej pawereta pandat* Irmãos caminhando juntos
☆20h30 Literatura. Rafael Fares e Bruno Medeiros

○ Déjà-VU SANTA TEREZA - R. Mármore, 418, Santa Tereza, Bhz.
☆19h às 20h Música.Lucas Rasta e Ducs no Control
☆21h às 22h30 Música. Female Rockers

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●Sexta-Feira (14/02)●

○ PRAÇA 7 - Praça Sete de Setembro, s/n, Centro, Bhz.
☆11h às 13h BordAção com o Coletivo Pontos de Luta: Nossa Arte Nossa Luta. ☆Intervenções e Mobilização dos Artistas contra a Barbárie

○ CENTRO CULTURAL DA UFMG - Av. Santos Dumont, 174, Centro, Bhz.
☆20h às 21h TEATRO AntígonaS.
Grupo de Teatro Mulheres de Luta da Ocupação Carolina Maria de Jesus.
Uma releitura do mito grego. AntígonaS sempre reaparecem quando a lei se coloca ao lado da injustiça.
Direção de Cristina Tolentino. Texto; Gabriela Figueiredo e Pedro Kalil.

○ HLPHONNYX: R. Desembargador Braulio, 713, Alto Vera Cruz, Bhz.
☆13h Música. Tiago Mello
☆14h Contação de histórias. Marilda Veloso (40 minutos)
☆18h Cinema. Era o Hotel Cambridge (20 cadeiras)

○ CASA SOCIALISTA, Território marielle Fanco, Av. Bernardo Monteiro, 60, Floresta, Bhz.
☆19h às 21h "Lutas populares no Chile" Debate sobre as manifestações no Chile com exposição da arte de rua, cartazes, serigrafia e afins. Com Maíra Nascimento

○ CASA DO JORNALISTA - Av. Álvares Cabral, 400, Centro, Bhz.
☆19h às 21h MESA DE DEBATE: OS DESAFIOS ATUAIS CONTRA OS AVANÇOS DO FASCISMO. Palestrantes: José Luiz Quadros professor da PUC e da UFMG e Presidente da Rede Latino Americana para um Constitucionalismo Democrático;
Dimas Antônio de Souza. Professor de Ciência Política da PUC Minas. Angoleiro.
Thereza Portes professora Guinard UEMG.
Mediadores: Cascão e Flávia Brettas da Semana de Arte contra a Barbárie

○ NO PALCO BEER LOUNGE - Rua Cícero Ferreira 99, Serra, Bhz.
☆17h às 18h30 Musica. DJ ANDRE KÇA
☆19h às 20h Musica. Bruno Pessoa Hip Hop
☆20h às 21h30 Musica. Catopezera

○ TEATRO 171 - R. Cap. Bragança, 35, Santa Tereza, Bhz.
☆20h Teatro. A paixão de Tito

○ DEJAVU SVS - R. Sergipe, 1395 - Funcionários, Bhz.
☆19h30 às 20h30 Coletivo Sarau Resistência & Luz
☆21h às 23h Música. Trio Modus

○ Déjà-VU UNIÃO - R. Sapucaí, 499, Floresta, Bhz.
☆19h às 20h Música. Rosa Morta

○ CENTRO CULTURAL URUCUIA - R. W-3, 500, Pongelupe, Barreiro, Bhz.
☆14h Cinema. Filme “Hoje”
☆16h Música

○ CENTRO CULTURAL PADRE EUSTÁQUIO - FECOPE - R. Pará de Minas, 821, Padre Eustáquio, Bhz.
☆16:00 Música Autoral. Duzão Mortimer

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●Sábado (15/2)●

○ CENTRO CULTURAL DA UFMG - Av. Santos Dumont, 174, Centro, Bhz.
☆15h Leitura Dramática. Meus Lábios se Mexem” é um texto do cineasta e dramaturgo Jorge Furtado
Participam da Leitura os atores Cida Falabella, Ângela Mourão, Antônio Grassi, Eduardo Moreira e Bernardo Mata Machado com direção de Adyr Asssumpção.

○ CASA SOCIALISTA, Território Marielle Franco, Av. Bernardo Monteiro, 60, Floresta, Bhz.
☆Durante o dia. Coletivo Linhas do Horizonte com Instalação: A mujeej pawereta pandat*Irmãos caminhando juntos
☆14h30 às 15h CIRCO. CIA CIRCUNST NCIA. Espetáculo de palhaçes
☆18h Teatro. Monumento - estudo sobre legado. Cibele Maia
☆19h Performance. VABI MACHADO PERFORMANCE: "é muita coisa: 3 palavras para um micro ato".
☆19h30 PERFORMANCE. Com a música cidadão de autoria de Zé Geraldo com a personagem Efigênia Anastácia Sebastião Raimundo (FÓRUM INTER RELIGIOSO)
☆20h30 Leitura dramática. Michelle Ferreira com uma leitura dramática de fragmentos da trilogia "Memória do Fogo" de Eduardo Galeano

○ CENTRO CULTURAL PADRE EUSTÁQUIO - FECOPE - R. Pará de Minas, 821, Padre Eustáquio, Bhz.
☆13h Duelo de mc’s Samorra
☆14h30 Filme na biblioteca com roda de conversa.

○ PRAÇA DE SANTA TEREZA
☆10h30 TEATRO INFANTIL. " A alegria e a tristeza" que trata sobre bullyng,
para crianças de 6 a 12 anos. Com Fernanda Araújo e André Maurício

○ MACUNAÍMA EESPAÇO CULTURAL
☆19h as 20h Musica. THIAGO MOTTA  BANDA ZERO A ESQUERDA
☆20h às 21h30 Musica. BANDA BASTARDOS

○ NO PALCO BEER LOUNGE - Rua Cícero Ferreira 99, Serra, Bhz.
☆17h Literatura. Tatiane
☆17h30 Literatura. Paulo Miranda
☆18h Literatura. Romulo Garcia
☆19h às 20h Música. Luiz Rocha. Voz e Violão.
☆20h30 Musica. THAIS GODINHO BANDA MANACÁ

○ DEJAVU SVS - R. Sergipe, 1395 - Funcionários, Bhz.
☆19h30 Contação de história. Coletivo Encruzilhar
☆21h às 22h Música. Carline
22h a 00h Música. RAAH

○ Déjà-VU UNIÃO - R. Sapucaí, 499, Floresta, Bhz.
☆18h às 19h Música. Banda DiaFragma
☆20h às 21h Música. Banda Tiocapone

○ RUA TUPIS, 300, Centro, Bhz.
☆20h Projeção vertical da Semana de Arte contra a Barbárie

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●Domingo (16/2)●

○ SINPRO - R. Jaime Gomes, 198, Floresta, Bhz.
☆18h FILME: DEMOCRACIA EM VERTIGEM dirigido por Petra Costa

○ Déjà-VU UNIÃO - R. Sapucaí, 499, Floresta, Bhz.
☆17h Música. Boi do Além
☆19h Teatro. Cipó Cravo

○ DEJAVU SVS - R. Sergipe, 1395 - Funcionários, Bhz.
☆19h30 às 21h30 Música. Conhecimento Hip Hop: "Passando a Visão pá Trampá os Miolo"

○ NO PALCO BEER LOUNGE - Rua Cícero Ferreira 99, Serra, Bhz.
☆15h ARAUTOS DA POESIA. Formado por crianças e adolescentes de Sabará 
☆16h30 Música. Hyanna. Voz e violão
☆18h Música. Jhonatan
☆19h30 Música. Militani. Boi Luzeiro.

○ MATRIZ CENTRO CULTURAL - Rua dos Guajajaras, 1353, Barro Preto, Bhz.
☆16h Música. Conexão Banto
☆17h Música. Carol Nascimento
☆18h Música. Jony Medeiros
☆19h PERFORMANCE. Performance cênico-poética "Vida em branco"
☆19h15 Música. Wellisdarlem
☆20h15 Música. Sarau Resistência & Luz

○ POSTINHO DA PRAÇA ALASKA - Av. Dos Bandeirantes, 20, Sion
☆17h às 20h Música. Boca frôxa

○ ARMAZÉM DO CAMPO BH – MST – Av. Augusto de Lima 2136
☆12h Concentração do Bloco Pisa Ligeiro
☆14h Cortejo

○ CASA SOCIALISTA - Território Marielle Franco, Av. Bernardo Monteiro, 60, Floresta.
☆10h as 14h Bloco Sou Vermelho

○ TERRITÓRIO MARIELLE FRANCO - Av Bernardo Monteiro 52 com Contorno
☆14h BLOCO CIRCULADÔ - PARANGOLÉ - PERCUSSÃO CIRCULAR

○ URSAL - Av. do Contorno, 3479, Santa Efigênia, Bhz.
☆17 às 18h CORAL - Coro Bora Cantar Diversidade e Coro Em Canto
☆18h30 às 19h Música LUCCAS CARAZA
☆19h30 DJ ANDRÉ KBÇA
☆20h às 20h30 Dança. Natália
☆21h Música. DALMIR LOTT. VOZ E VIOLÃO

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●Segunda-feira (17/2)●

○ NO PALCO BEER LOUNGE - Rua Cícero Ferreira 99, Serra, Bhz.
☆15h Performance. LooP Records e DKda D'20
☆18h Dança. Companhia Girassol


○ CATAVENTO CULTURAL - R. Ozanam, 700, Ipiranga, Bhz.
☆20h30 Música. Sheila Oliva

○ CASA SOCIALISTA, Território Marielle Franco, Av. Bernardo Monteiro, 60, Floresta, Bhz.
☆Artesanato e adereços de carnaval para representatividade do corpo como um ato político, artesanato confeccionados à partir de reutilização de materiais diversos. O dia todo.


○ CENTRO CULTURAL PADRE EUSTÁQUIO - FECOPE - R. Pará de Minas, 821, Padre Eustáquio, Bhz.
☆17h Chorinho. Grupo de Choro Contra o Fascismo

○ CASA DE ANGOLA, Rua Riachuelo, 918, Padre Eustáquio, Bhz.
☆19h30 Contação de histórias. Maria Célia Nunes
☆20h30 Música. Lucilene Diolinda
☆20:45 Música. Trio Contra o Fascismo 

○ URSAL - Av. do Contorno, 3479, Santa Efigênia, Bhz.
☆17h Música. Zero de saldo
☆18h30 Contação de História e Poesia. Brenda Marques.
☆20h Música. Dom Preto. Voz e violão. 

○ ESCADARIA DA IGREJA SÃO JOSÉ
☆19h30 Coral da Marilu

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●Terça-feira (18/2)●

○ DEJAVU SVS - R. Sergipe, 1395 - Funcionários, Bhz.
☆19h30 Música. Dj Corisco
☆21h Música. Coletivo AYO

○ NO PALCO
☆19h30 PERFORMANCE DADAÍSTA. COLETIVO POESIA ORBITRAL
☆20h Robaldo de Oliveira Zenha. Leitura de poemas de própria autoria
☆21h Recital poético. Cristiano Ramos
☆21h30 Tereza Batista pronta pra guerra. Performance por Gercino Alves, inspirada em Jorge Amado

○ TEATRO DA CIDADE - R. da Bahia, 1341, Centro, Bhz.
☆20h ESQUECIDOS/RECORDADOS. Cia Marginal de Teatro


○ URSAL - Av. do Contorno, 3479, Santa Efigênia, Bhz.
☆17h Contação de História e Poesia. Grupo Literário Paulo Siuves.
☆18h Música. Yasmin Salin
☆18h30 Cinema. Adriane Muradas
☆19h30 Contação de História e Poesia. Maria Clara
☆20h Contação de História e Poesia. Kakaih Machado

○ CASA SOCIALISTA, Território Marielle Franco, Av. Bernardo Monteiro, 60, Floresta, Bhz.
☆Artesanato e adereços de carnaval para representatividade do corpo como um ato político,
artesanato confeccionados à partir de reutilização de materiais diversos. O dia todo.
☆19h CIA CANDONGAS. Leitura dramática de Sísifos, seguido de debate.
☆20h30 às 20h45 Teatro. Raquel Miranda. Sobre a vida das mulheres, utiliza a fala, corpo negro dançando o feminicidio diário.

○ SINPRO - R. Jaime Gomes, 198 - Floresta, Bhz.
☆18h às 20h Filme: DEMOCRACIA EM VERTIGEM. Direção: Petra Costa

○ CASA DO JORNALISTA - Av. Álvares Cabral, 400, Centro, Bhz.
☆18h Lançamento do livro “Telma”. Marcelo Dias Costa
☆19h Música. Selma Carvalho.
☆19h15 Roda de conversa. Arte & Resistência em tempos de Barbárie. Mediador: Gabriel Lopo (DCE UFMG)
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MANIFESTO DA SEMANA DE ARTE CONTRA A BARBÁRIE BH


Peço licença pra falar
Com você, povo brasileiro.
Não é história de pescador
É um alerta verdadeiro.
Estão tirando nossos direitos
de um jeito traiçoeiro.

Como você deve saber
nosso país tem constituição.
Nela estão nossos direitos
e não podemos abrir mão.
Somos iguais perante a lei
Independente de opinião.

Mas atenção para a arte,
pois a arte expressa tudo.
Sem censura ou licença,
a arte é que colore o mundo.
Por isso atacam a nós artistas,
Querem que fiquemos mudos.

Pela liberdade de expressão
Artigo 5º da constituição
Pela livre manifestação
Artigo 5º da constituição

Cada povo ou cidade,
minoria ou comunidade
é como um rio corrente,
que forma uma sociedade.
São variados tipos de arte
num mar de diversidade.

Arte e cultura andam juntas,
margens de um rio a correr.
Elas ajudam a fluir todo dia
As águas do nosso viver.
Ah, mas como elas incomodam
os Homens que tem poder.

Viva a arte e as artistas!
Cada um com o seu jeito.
Sons, imagens, corpos, rimas
Mas sem nenhum preconceito.
Trazem sonhos, realidades
Causar é nosso direito.

Arte é margem, horizonte,
alimento, direito, poesia.
Para toda a população
Pão e arte todo dia.
Ela é a nossa profissão!
Ela é a nossa rebeldia!

Pela diversidade religiosa
Artigo 5º da constituição
Pela liberdade amorosa
Artigo 5º da constituição

A arte é o céu estrelado
que nos inspira a seguir.
Também é roda e é motor,
ajuda o povo a construir.
Impulsiona a economia,
cria uma rede pra servir.

Não somos discursos eleitorais,
nem excludentes e elitistas.
Pedimos agora um basta,
A essa barbárie nazista!
Diga não ao governo do ódio,
não sejamos conformistas.

Trazem de volta a censura,
tentam calar nossa voz,
sucateiam a cultura,
num desmonte vil e atroz.
Porém corpos são poemas
Só se for por cima de nós!

Saudamos nossa liberdade,
agora o que conta é a vida.
Os direitos de cada cidadão
e que a arte seja repartida.
O direito à educação,
assim como a nossa comida.

Pela liberdade de expressão
Artigo 5º da constituição
Pela livre manifestação
Artigo 5º da constituição
Pela diversidade religiosa
Artigo 5º da constituição
Pela liberdade amorosa
Artigo 5º da constituição

Somos pelo Artigo 5° da Constituição Federal!
Lutamos contra o desmanche bárbaro da Cultura e da Educação!
Lutamos contra o avanço do fascismo e do ódio!
Lutamos pela diversidade e liberdade de expressão e manifestação!
Lutamos com alegria, amor e ousadia, Juntxs!

(Autoria coletiva)

sexta-feira, fevereiro 07, 2020

Vídeo: A moça tecelã - Marina Colasanti

Olás a todas! Compartilho com vocês o primeiro vídeo de 2019:


Leitura do conto presente no livro "Antes de virar gigante", da série Para Gostar de Ler Júnior, da Editora Ática.