Meu ciúme morde o peito
um alfinete
do tamanho de um míssil.
Mas se te deixei partir,
por que ainda dói?
Sombras atravessam
meus olhos.
Em cada palavra tua,
o prenúncio de uma felicidade
da qual jamais
farei parte.
A tua voz ainda lembra
o som da água corrente.
E ainda sonho com teus braços.
No entanto, é qual pesadelo
se acordo
e não te tenho ao lado.
O barulho das águas
ainda me chama.
Ecoa em meu espírito.
A Montanha Mágica
ficou para além do
horizonte.
E apenas meu corpo
de lá retornou.
Um dia eu vou acordar
E descobrir que virei um enorme inseto
Um parasita
que só deseja
o seu ventre
para crescer.
Ao tentar capturar
seu sorriso
deixei
uma fenda aberta.
Fonte ligada
aos meus olhos
que não param de escorrer.
A solidão nada seria
Se não tivesse
conhecido você.
23h10
E o milagre
que eu pedi
ainda não veio.
Sinto
os ossos rangerem
como se eles
sozinhos
chorassem poeira.
Estou só.
Nu
No escuro
E ninguém virá
para me salvar.
Em cada garrafa
há um gênio
aprisionado.
Luto para libertá-los,
E o que sai
livre
é o demônio
que há em mim.
Queria
Olhar seu perfil todo dia
mas temo virar um stalker
Sorveria cada atualização sua
como orvalho cristalino.
Queria ter coragem
de numa mensagem dizer
o quanto você é linda.
Mas guardo esse pensamento.
Afinal, meu silêncio não vai mudar
a verdade.
Hoje olhei para cima
vi um céu azul
quase redentor
mas aqueles estratos cinzentos
mas aqueles dois caninos
continuavam a rasgar
dilacerar
destilar
sangue.
Sua beleza me matará
Eu olho todas as suas imagens
E sinto que você é como fogo
devorando minhas entranhas.
Você me come
de todas as formas.
Sua beleza ainda me condenará.
E já me entrego
como ovelha
para sangrar
em seu louvor.
Ela é bela
recatada
do lar.
Casada ah,
como é bem
casada.
Mas em minha mente
a vejo muito além disso.
Ela está nua
em chamas
e me inflama.
Queria te dar um poema
mas como presentear com poesia
aquela que tem o úbere cheio
de essência poética?
Queria fazer
de minhas palavras
tributo
à Grande Loba.
Mas o que é o ganir
do lobinho
diante daquele
gigantesco
uivo?
E por isso
me calo.
Pois para mim
o maior tributo
a essa mulher
É o reverente
silêncio.
E assim, calado,
eu humildemente
procuro estar pronto
para ouvir suas
palavras.
(Homenagem a Norma De Souza Lopes, dona de uma poesia visceral, poderosa, que nos avassala)
Penso em você
e choro.
Afinal, há anos
qualquer possibilidade
de te encontrar
nos foi tirada.
Mas aquela pequena princesa
feita de aço
teve sua justiça.
É bom saber
que sua amada
teve o que era
devido.
Eu te saúdo
grande mulher.
Enorme
Senhora de metal
e fogo.
Passei o dia
contemplando seu sorriso
e tentando tirar dele
um verso.
Foram mil
e nenhum
à sua altura.
"É mais rápido que o vento
Não tem cheiro ou cor
Mas pode ser o que for
Vem e vai num momento".
Corta meu peito
Com tua língua.
Parte meu orgulho
Com teu grelo.
Só teu fôlego espero
Quero-te com esmero.
E nada mais.
Salvei sua imagem
Em um dispositivo
Móvel
Não foi você.
Apenas um simulacro
do seu sorriso.
Guardei
seus olhos castanhos
seu cabelo anelado
E seu sorriso de moleca
aqui no fundo
da retina
E meu celular
Pifou.
Era uma incapaz de
armazenar
sua beleza.
Sincopada, uma melodia
enche o espaço
escapa pela porta do bar.
Chocalho, bumbo, surdo
e pandeiro
dão ao cavaquinho
a primazia.
A cerveja esquenta sobre a
toalha suja.
Apesar da hora, crianças brincam
na calçada semi escura.
Alguém grita de alegria, numa
algazarra que dá boas vindas
à madrugada.
Alheio a tudo,
meu peito afunda.
Tirian é o último rei de Nárnia, mas ainda não sabe. Seus pensamentos estão ocupados pelo rumor do aparecimento de Aslam. Tomado de êxtase por causa dessa boato, o rei suspira em uma de suas casas de caça, onde descansa. Em sua companhia está o unicórnio Precioso, fiel amigo e companheiro de incontáveis batalhas.
O que Tirian desconhece - além de ser o último rei de Nárnia, é claro - que os boatos da aparição de Aslam nasceram das maquinações de um macaco e de um burro coberto pela pele do leão. E por muito pouco, esse macaco - o Manhoso - vendeu Nárnia para os calormanos, os quais estão assassinando as árvores falantes do Ermo do Lampião. E que uma insidiosa invasão a Nárnia acontece naquele momento.
Assim tem início A Última Batalha, que é também a última das Crônicas de Nárnia. Um final que se mostra pateticamente maligno uma vez que a última batalha acontece em uma Nárnia que não mais existe.
Sem adiantar os acontecimentos mais marcantes e buscando não entregar o enredo, afirmo apenas que A última batalha está dividido em duas partes. Uma pateticamente triste e outra pateticamente alegre. Não acredito que a última compensa a outra. Afinal, Lewis abandona Nárnia em prol de uma aproximação ainda maior com a simbologia cristã do que os livros anteriores. Ainda mais próximo - se é que isso é possível - de O leão, a feiticeira e o guarda-roupa.
Portanto, creio que esta seja a resenha mais difícil e incompleta que já fiz na vida. Incompleta porque, para evitar revelações do enredo, vou falar mais da primeira parte do livro. E Lewis acaba me forçando a isso, uma vez que, para mim, o escritor trai sua própria literatura em prol da mensagem cristã.
Em primeiro, Lewis dá o protagonismo da cena a dois animais falantes, algo nunca antes feito nos livros de Nárnia. Em seguida, em comparação com O cavalo e seu menino, o livro tem como protagonista alguém do mundo mágico, e não crianças vindas de nosso mundo. As crianças estão no livro, já adianto, mas o foco narrativo e o protagonismo estão inicialmente em Tirian por quase toda a primeira parte. Altivo, forte e honrado, Tirian é um rapaz de 25 anos. Um soldado irrepreensível. Seu companheiro, Precioso, apenas vem endossar essa imagem do rei, sempre aprovando seus atos, devotando ao humano total adoração e sendo correspondido.
Outra personagem de destaque é Jill. Enviada a Nárnia em companhia de Eustáquio, a menina é mais madura e preparada que o amigo. Ele, por sua vez, surge indeciso e temeroso. Não que o menino não pudesse ter medo, mas ela age como alguém como alguém que sabe lidar melhor com as próprias emoções. A menina se mostra uma excelente rastreadora, tendo frieza o suficiente para tomar decisões importantes antes e também durante a batalha.
Por falar em batalha, esse é o ponto forte da narrativa. Lewis faz o contrário que fez em Príncipe Caspian e narra uma refrega próxima e real, com mortes perto demais, deixando claro que a guerra não é coisa para crianças.
Sobre a segunda parte do livro, depois da fatídica batalha, pouco tenho a dizer. Lewis continua como exímio contador de histórias. Há certo tom melancólico e anticlimático nessa segunda parte, mas talvez isso advenha de uma leitura mais pessoal.
Como todos os demais livros, A Última Batalha vale a pena ser lido. Um livro gostoso de se ler e cheio de reviravoltas. Bem, pelo menos na primeira parte. Quanto ao fim de Nárnia, bem, por mim ela teria vivido - e ainda vive dentro de mim - para sempre!
Ficha Técnica
A Última Batalha
As Crônicas de Nárnia # 7
C. S. Lewis
ISBN-13: 9788533616202
ISBN-10: 8533616201
Ano: 1997
Páginas: 213
Idioma: português
Editora: Martins Fontes
Perfil do livro no Skoob: https://www.skoob.com.br/a-ultima-batalha-1106ed1479.html
Você
Fica linda quando sorri.
Eu, bobo, só me perco
nesse sorriso.
Pinça meu peito
quando séria.
Afinal
sou cativo desses olhos
a todo momento.
Vivo por eles e a cada noite
morro por eles
aos pouquinhos.
Sim, meus caros! O Viajante Cinzento agora será livro! O manuscrito foi aceito pela editora Letramento a partir da Temporada de Originais, que é um projeto que visa tornar acessível a publicação das obras de autores independentes.
Segue abaixo a versão aprovada da capa do livro:
.jpg)
Aguardem novidades sobre esse lançamento!
E mais uma
vez
Sou apartado
da sua
Presença.
Quando um toque
Já me bastava.
Sigo distante
de mim.
Apenas para
apreciar o
doce sabor
de sua
ausência.
Queria você comigo.
Mas não posso desejar isso.
Sua presença se consolida
na distância.
Ao longe eu te observo.
Meu desejo me devora
qual a esfinge.
Enquanto saboreio a solidão
revisito a sua ausência e seu
Silêncio.
Mortificado sigo
sabendo que para mim
até suas palavras são
negadas.
Passei o dia
pensando em você.
Sua ausência
trouxe uma dor fina
agonia
ao meu peito.
Passei o dia suspirando
por uma palavra
sua.
Mas só o silêncio
esse incômodo
foi meu
companheiro.
O que dizer
para uma mulher
tão forte.
Sim, você é
uma coluna de
Mármore.
Bela e distante
Eu, pequeno,
observo e me entrego.