quarta-feira, junho 25, 2014

Pro outro filho não ficar pra trás...

Na última postagem, eu falei sobre meu filhote recém-nascido. Para não deixar o irmão mais velho enciumado, aqui está um vídeo em que eu apresento O Medalhão e a Adaga. Minha obra de estréia!


Espero que gostem e peço a todos que ajudem a divulgar! 

domingo, junho 15, 2014

Patos Selvagens, Um Novo Rebento

Olá, pessoal!

Estou aqui para falar rapidamente de minha nova realização! Há mais de um ano havia enviado para a Editora Baobá o meu original de uma narrativa de fantasia, no estilo Conto de Fadas. Em outubro do ano passado recebi um e-mail da editora informando sobre a aprovação do meu texto e perguntando se o mesmo ainda estaria disponível para publicação. Nem acreditei, mas era verdade. Eu finalmente era aceito por uma editora profissional e competente, ainda por cima em Belo Horizonte! Não perdi tempo e confirmei a disponibilidade do livro.

Seguiram-se meses de ansiedade e preocupação. Meses em que muitas vezes eu me perguntava se tudo não seria uma alucinação minha. Nessas horas eu abria meu e-mail e mais uma vez conferia as palavras da editora. Conversei com pessoas maravilhosas da Baobá, sempre muito simpáticas e acolhedoras.

Finalmente, na sexta-feira eu compareci ao endereço da editora para pegar meu livro, sentir sua textura em minhas mãos e seu cheiro de novo. Foi como ver um filhote saindo do ovo. Era um ovo quadrado (os exemplares estavam embrulhados), mas a experiência foi ímpar.

Agora cá estou eu, com Patos Selvagens em mãos. Nesta narrativa busco homenagear os Contos de Fadas, criando uma história de magia, aventura e amor. Eis a sinopse:

Há muitos mistérios sobre um lago assombrado pela imagem de uma bela jovem. Quando Nerito, um corajoso aventureiro, passa a se envolver com este enigma, decide lançar-se em busca de respostas. Qual será o seu destino? Acompanhe Nerito nesta emocionante jornada.

Aproveito e deixo no final deste post um vídeo apresentando o livro. Espero que vocês possam se deliciar com esta nova história como eu me deliciei.



Ficha Técnica:
Edição: 1
Editora: Baobá
ISBN: 9788566653403
Ano: 2014
Páginas: 76

Perfil do livro no Skoob: http://www.skoob.com.br/livro/396681/

quinta-feira, junho 12, 2014

A Grande Marcha: a tirania do kitsch

Quebrando o jejum de resenhas, sinto a imensa satisfação de poder falar sobre o livro A Grande Marcha, do autor estreante Ewerton Martins Ribeiro. Porém, junto à alegria, há um sentimento de incerteza. Afinal, como escrever uma resenha à altura da prosa do Ewerton? Como deixar patente para o leitor o poder desse texto?
Em primeiro lugar, a prosa presente em A Grande Marcha não é uma narrativa linear. É como um livro e ao mesmo tempo um cubo mágico. Cabe ao leitor captar trechos de acontecimentos e criar sua combinação, encontrar os pontos em que os conflitos se interligam, perceber as ironias e fazer uso das mesmas para construir em conjunto com o narrador essa obra tão forte e polissêmica.
Ainda sobre a prosa, a linguagem assume por vezes um tom ensaístico, quase professoral. E nesse ponto o domínio de Ewerton sobre a escritura se faz mais forte, pois ele consegue construir um texto equilibrado, profundo mas dinâmico, tomando para si o grande desafio de tentar conceituar o termo kitsch. Em nenhum momento a leitura me pareceu pesada ou enfadonha. Por vezes, tinha que parar, mas para refletir sobre os conceitos e exemplos apresentados e não por ter tropeçado do texto.
Ewerton, contudo, não para por aí. Ele vai mais. Além de abordar um tema espinhoso (afinal, o que é o kitsch? falsidade? demagogia? idealização? enganação? ingenuidade? futilidade? superficialidade?), desenha sua trama e o conflito do anti-herói do texto como uma grande analogia aos conceitos arduamente desenhados. Esse conflito é inserido então em um dos mais contundentes e atuais momentos de nossa história: as manifestações contra a Copa das Confederações em 2013. 
Nesse momento, a prosa de Ewerton ganha um dinamismo impressionante, mantendo um ritmo quase frenético, como se o próprio narrador fosse um jornalista obcecado por registrar exaustivamente esse momento histórico. E o leitor embarca também nessa viagem, troca de pele com o narrador e os personagens e vive (ou revive) a marcha como mais um manifestante.
Após a leitura ávida desse livro, pude refletir um pouco sobre essa onda de protestos que atravessou o Brasil no ano passado e tem se erguido este ano. 
As pessoas mais próximas de mim sempre ouviram minha desconfiança em relação a essas manifestações. Quando me perguntavam, porém, eu não conseguia responder com clareza. Dizia apenas que achava que os protestos não tinham pauta clara, reivindicações consistentes e objetivas. Tudo parecia muito solto, desarticulado. Cheguei a comparecer a uma dessas marchas, embora não me sentisse como parte daquelas vozes. Continuava, porém, sem conseguir argumentar com clareza sobre os motivos que me afastavam dessa grande marcha.
A Grande Marcha deu-me a clareza para entender de fato oque me incomodava. Consegui dessa forma solidificar minha opinião sobre as manifestações. Opiniões que não compartilharei no momento. Talvez em outra hora.
Por fim, quero recomendar a todos que conheçam essa obra de estreia de Ewerton Martins Ribeiro. Com sua escrita primorosa, seu rigor argumentativo e seu domínio sobre a linguagem, A Grande Marcha sem dúvida já nasceu uma grande obra.

Ficha Técnica
Edição: 1
Editora: Circuito
ISBN: 9788564022447
Ano: 2014
Páginas: 98

sábado, junho 07, 2014

Retorno às Origens

Este, apesar de ser um blog literário com tons de prosa confessional, pouco esclarece sobre o meu passado. Uso de vez em quando este espaço para me reinventar e muitas vezes pouco deixo além da cobertura da sombra. Contudo, há momentos que precisamos nos mostrar mais, principalmente quando no dia-a-dia, neste mundo medido a pó e concreto, pomos nossa cara diante de uma multidão, bem podendo levar tomates no lugar de rosas.

Disse algo semelhante hoje à tarde, diante de uma turma de uns quarenta ou mais estudantes do ensino médio. Mas estou me adiantando. Comecei prolixamente apenas para introduzir um relato mágico ocorrido hoje e assim revelar também um pouco de minha história como autor de O Medalhão e a Adaga.

A leitura despertou em mim o entusiasmo pelo poder das palavras. Ficava impressionado como um texto tinha o poder de se abrir em um infinito espaço onde podiam se encontrar o corriqueiro e o maravilhoso. Não era fascinado apenas pelo poder que a literatura exercia em mim, mas nessa capacidade imanente à palavra de evocar algo do vazio, da inexistência e fazer com que este algo seja, mesmo que ausente.

Com isso em mente, fui fisgado pela mágica da programação aos doze anos, com a descoberta da informática e de suas possibilidades. Assim como o texto literário, o código de programação, para mim, parecia também deter o poder de invocar objetos da inexistência. Fisgado, mergulhei no universo incipiente das Tecnologias da Informação.

Assim, matriculei-me no COTEMIG, colégio técnico importante aqui de Belo Horizonte. Foi no laboratório de computação, em uma aula sobre html, que eu imaginei e dei forma às primeiras montanhas de Gorgórdia, que fiz Bildan e Sheril darem seus primeiros passos, falarem suas primeiras palavras. O Medalhão e a Adaga era apenas um embrião, um projeto despretensioso chamado O Arqueiro. Estava em meados de 1998.

Meu objetivo era apenas concluir a tarefa, criando uma página com seus links e conteúdo. Não imaginava que, um ano depois esse conteúdo me fisgaria. Ao abrir um disquete perdido em uma gaveta de meu quarto, encontrei os arquivos usados na tarefa. Ao correr os olhos pelas palavras diante da tela, meu interesse foi crescendo até que eu decidi transpor o texto para o Word e seguir digitando, mergulhando nessas aventuras e devaneios. Uma narrativa a princípio ingênua que evoluiu e amadureceu comigo ao longo dos anos.

E finalmente hoje eu retornei ao COTEMIG. Diante de vários estudantes do primeiro e do segundo ano, apresentei um pouco de minha história, de como este livro nasceu. Foi um momento profundo, principalmente quando retornei à unidade Floresta, onde me formei. Encontrei ao menos um antigo professor, o Marcão. E tomado por uma enorme alegria, fui agraciado ainda mais quando percebi os olhares de interesse e os sorrisos empolgados de meus colegas de colégio.

Foi de fato um retorno mágico que se repetirá na próxima segunda. Não pude deixar de sentir uma profunda nostalgia ao me ver depois de quinze anos de volta às salas onde estudei. Mas essa nostalgia foi doce e cálida, repleta de realização.