segunda-feira, dezembro 27, 2021

O Imundo - Parte III de IV

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Um baque forte lançou-o longe e seu corpo rolou sobre o escudo, trombando e derrubando o que deveriam ser corpos de inimigos. A primeira coisa que fez foi verificar se estava ferido. A armadura invisível parecia fornecer alguma proteção, pois a cota de malha havia resistido bem e o escudo estava somente arranhado. Apesar disso, a dor era aguda no ombro direito. Ao menos, não estava ferido. Tentou localizar seu poderoso agressor, mas as bordas do elmo limitavam sua visão. Seu esforço foi desnecessário, pois uma enorme criatura de quase dois metros de altura, corpo humano e cabeça de porco, abria caminho entre os zumbis para enfrentá-lo, com uma clava nas mãos. Seridath entendeu que fora aquela coisa enorme que o havia atingido com tanta força. "Mate-o! Enterre a lâmina bem fundo em sua carne!" pensou o rapaz para si mesmo, enquanto via pelos olhos da espada como era forte o sangue daquele ser vivo. Jogou-se contra o peito do brutamontes, enquanto Lorguth penetrava fundo naquela carne esbranquiçada. O monstro era um kowa, homem-porco das terras do Oeste longínquo. Logo o gigante caiu, Seridath viu-se cercado por vários outros. Estava cercado por um pelotão inteiro.
Com a respiração suspensa, Aldreth observava toda a movimentação da batalha, que se tornara uma confusa e hedionda mistura de corpos, sons de carne e ossos sendo rechaçados, gritos de ódio e desespero. Percebeu então um grande bando de umas quinze ou vinte criaturas mutantes, com suas cimitarras, correndo na direção dele e de seus companheiros. O jovem não hesitou. Entesou seu arco e deixou as flechas subirem com rapidez. Já havia derrubado três deles quando viu que já estavam próximos demais. O rapaz voltou a desembainhar a espada, embora tivesse plena certeza de que não escapariam. Ignorava os talentos de Thin, mas não considerava-se bom o bastante para enfrentar tantos inimigos. Lucan estava muito ferido e dentre eles o arqueiro acreditava que somente Uri era bom em combates corpo-a-corpo.
Mas antes que os inimigos os alcançassem, um punhado dos servos de Lorguth surgiram em seu encalço. Eram mais rápidos que as aberrações sem rosto. Aldreth suspirou aliviado quando viu as criaturas destruindo os inimigos com uma rapidez silenciosa e eficiente. Sentiu também uma discreta gratidão. Seridath não se esquecera deles.

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Continua...

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