Em uma página rasgada
Havia uma lágrima escondida
e, sem saber,
as memórias perdidas
de um jovem poeta.
Suja, amassada, num beco escuro
a lágrima morta permanecia,
suas marcas deixadas
no papel, como um borrão escuro,
parte da sombra
ou a sombra da sombra
daquela vida sombria
daquela noite sem lua
sem estrelas
sem janelas, varandas ou serenatas.
Somente aquele beco escuro e frio
permanecia na solidão
com aquela lágrima já seca
que, em sua morte, apenas deixara um borrão
e no papel, as palavras nem mais se entendiam
pois seu sentido se perdera na noite
junto com a esperança do poeta.
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