quarta-feira, janeiro 21, 2015

Balanço de um escritor em formação

O ano de 2015 começou e protelei em refletir um pouco sobre o finado 2014. Apesar de uma passagem de ano melancólica, não posso deixar de marcar que tive importantes conquistas. Em agosto lancei junto à Editora Baobá o livro Patos Selvagens. Não há como expressar o quanto a publicação desse livro significou para mim.
Mas essa não foi a única grande conquista. Aprendi em 2014 o poder do trabalho em equipe. Nesse ano que passou realizamos um ótimo Encontro de Jovens Autores e Blogueiros Literários, fundamos a Liga de Autores Mineiros, estivemos presentes na Bienal do Livro. Participamos de atividades em escolas diversas.
Agora, preciso refletir em um aspecto importante, que é o meu processo gradativo de aprendizado e aperfeiçoamento no ofício da escrita. E a melhor forma de fazê-lo é voltar meus olhos para este blog.
Foram ao todo 58 textos publicados em 2014. Resenhei nove livros, postei nove divulgações de eventos e postei quatorze poemas. É curioso classificar meus textos como poemas, já que não me considero um poeta. Além disso, sou um péssimo leitor de poesia, como vocês verão logo abaixo. Não resta dúvida, contudo, que houve uma certa mudança de rumo em meu motor criativo. E infelizmente não postei um conto durante o ano inteiro. Esse fato me deixou um pouco preocupado. E publiquei apenas duas crônicas. As demais publicações foram relatos, textos curtos, um pouco de encheção de linguiça. 
Aproveito para abrir um parêntesis. O blog, embora seja o principal espaço de veicularão de meus textos, não é meu estúdio de escrita. Escrevo quase que diariamente, em cadernos que chegam ao fim muito rapidamente. Quase nada desses escritos tem natureza literária, mas considero um excelente exercício.
Logicamente, não posso deixar de refletir um pouco sobre minha posição como leitor. Há tempos utilizo a plataforma Skoob para administrar minhas leituras. Há dois anos faço isso quase obsessivamente. O escritor Nelson de Oliveira, em seu livro "A Oficina do Escritor", fala sobre a crescente e quase absurda proliferação de textos nos mais diversos formatos. É evidente que isso não deixaria de trazer uma certa angústia a muitos leitores. Afinal, há milhares de livros que nunca lerei. 
Por conta dessa angústia,  tenho tentado me certificar que a cada ano a quantidade de livros aumente. Infelizmente nem sempre isso acontece. Em 2012, li 148 livros, enquanto que em 2013 foram apenas 82, quase metade. E em 2014, embora tenha expandido minha leitura, não consegui bater a marca de 2012, mas cheguei perto, lendo 134 livros.
Muitos poderão me contestar, dizendo que não adianta quantidade sobre qualidade. Concordo, mas adiciono que sempre fui um "releitor" por excelência. Infelizmente, o Skoob não guarda esse dado. Há livros, como Macunaíma por exemplo, que li umas cinco vezes. E nunca me canso de reler. Desses 134 livros, a grande maioria foi literatura brasileira, o que me deixou muito satisfeito. Porém, somente nove por cento desses livros era de poesia. Tive um grande número de livros infantis lidos, algo que anualmente renovo como firme compromisso. Afinal, trabalho em uma Biblioteca Infantil e Juvenil, com cerca de 25 mil títulos em seu acervo.
Chegamos então a 2015. O que pretendo para este ano? Terminar a continuação de O Medalhão e a Adaga. Terminar O Viajante Cinzento, publicar A Cidade Suspensa em formato impresso. Ganhar mais leitores do blog, terminar de ventre os exemplares dos meus livros. Os planos de 2015 serão mais calmamente detalhados em outra postagem.
Enfim. Este ano que passou, concluo, foi muito produtivo, principalmente se comparado ao seu antecessor. Participei de eventos como a Jornada de Edição e o Circuito Literário Praça da Liberdade. Contribuí para projetos muito bacanas, como O Escriba Encapuzado.
E o que me falta agora, além de muito chão? Pé.

2 comentários:

  1. Costumo voltar a este relato de tempos em tempos. Hoje, no final de 2023, percebo o quanto eu caminhei em muitos aspectos, enquanto que, em outros, não avancei ou até mesmo regredi. Das metas elencadas nele, consegui algumas. Por exemplo "O Viajante Cinzento" agora é um livro. Além disso, "A Cidade Suspensa" teve sua versão impressa. A continuação de "O Medalhão e a Adaga" não foi concluída. Além disso, eu solicitei a retirada do livro no catálogo da Editora Multifoco. Porém, espero que no ano que vem, onze anos após a publicação desse livro tão precioso, eu consiga publicá-lo por outra editora. Bem, fechei contrato com uma, mas por enquanto vou manter esse dado em segredo.
    Uma coisa que me entristece é a ausência de comentários sobre esse texto. Ninguém falou nada sobre esse balanço. Aí eu me perguntei várias vezes se há alguém por aqui lendo o que eu escrevo. Isso, porém, não vai me fazer parar de escrever.
    Enfim, acho que deveria escrever mais balanços como esse. Sempre serei um escritor em formação. Escritor completo, somente o morto. Enquanto estiver vivo, estarei em constante mudança.

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    1. Outra questão. No finalzinho, relendo, vi que escrevi a palavra "ventre" no lugar de "vender". Bem, acho que esse ato falho deve ser mantido. Terminar de ventre. O que poderia significar isso? Deixar os livros irem? Deixar de tratá-los como embriões? Acho que ainda faço isso. E no fim das contas, sinto que ainda tenho vergonha de ser escritor. E não quero isso mais. Não mais!

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