Conheci o Mauro aqui na Biblioteca onde trabalho. Ele tem todo aquele jeito bonachão e expansivo de quem deseja uma amizade logo no primeiro encontro. Sorriso aberto, aperto de mão forte e um estilo despojado deixam você à vontade logo que começa a conversar com ele.
Mauro é um dos leitores mais assíduos (e presentes) da Biblioteca. Há tempos ele compartilhou comigo uma crônica em que faz considerações sobre a leitura e literatura. Depois de lido, fiquei por dias a fio pensando na possibilidade de que o texto pudesse ser postado aqui no blog.
Levei a ideia ao Mauro e ele prontamente autorizou a reprodução do texto. Fez mais: enviou-me a versão digital, eliminando a tarefa de ter que digitar tudo. Deixo aqui então meus agradecimentos ao Mauro. E suas palavras.
UM BREVE COMENTÁRIO SOBRE O LER
Como
é vasta a literatura atual. A todo instante novos livros são
editados, florescem novas obras, nascem novos talentos literários,
viajam em nossas mãos pérolas dos mais variados lugares
e pássaros do mundo. Cá já temos em mãos
maravidas que nos leva, a mundos imaginários e prazeroros.
Estilos nascem e renascem, modernizam-se nas epopéias e
dispopéias cotidianas. Temas e motivos opostos/paralelos
desenvolvem um arquitetura do conhecimento e do prazer, da beleza do
pensar e do flutuar. Imaginativos ou ortodoxos embrenham-se em
tramas, relatos, contos, poemas, histórias e estórias.
Caminhos diversos percorridos emocionados e atentos nas trilhas das
letras, palavras, frases, parágrafos..., juntam-se
ensinamentos e desensinamentos, choros gargalhdas, alívio e
angústias, tristezas e felicidades, começo e fins. Como
não darmos reparo a expansão mercadológica
editorial. Como não sermos tocado pelas mudanças da
modernidade. Se lê e escreve muito, mais do que outrora.
Internet? Sim. Do anonimato ao conhecido, do msn as redes sociais, do
e-amil aos sites. Nunca se produziu tanto e nunca se colocou a mosta
tanta dessa produção. O ostrário das edições,
os grãos de areias jogados ao acaso germinam ou não,
dentro de conchas calcificadas, em frutos perolais. Pérolas
únicas trazendo sua singularidade, seu toque pessoal, o seu
universo próprio. Incorpora em seu locus o preparar pessoal
do verbo. E num sublime legado deste universo criador, encontram-se
aquelas ditas negras. Essência diferenciada da mesma produção,
postulam-se em nirvana, são o que são por ser,
bastam-se em si própria, fadadas ao nosso deleite e delírio.
Muitos são esses entes mágicos que espiritualizam as
florestas da mente e dos sonhos. Como vereditar sobre uma única
espécie colocando as demais em baús do esquecimento.
Como não dissertar sobre “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”,
“A Caverna”, “Ensaio sobre a Cegueira”, “Ensaio sobre a
Lucidez”, “As Intermitências da Morte” de um José
Saramago, morto, mas cada vez mais vivo. Como não se a
criançar, com um Lobato de “Reinações de
Narizinho”, “O Sítio do Picapau Amarelo”, “O Saci”.
Como não ganharmos asas e alarmos para fora de gaiolas
douradas com um tal de Rubem Alves, Ziraldo ou Maurício de
Souza. Como não nos tornarmos simbolistas diante de “O
Códifo Da Vinci”, “Anjos e Demônios”, “O Símbolo
Perdido”. Nos emocionamos e arrepiamos daitne de Carlos Drumond de
Andrade, Cecília Meireles, Olavo Bilac, Fernando Pessoa +
Alberto Caeiro + Ricardo reis + ..., Mário Quintana, Cora
Coralina. Nos rendemos a alquimía de Paulo Coelho. Abrimos
nossos olhos a realidade de “O Caçador de Pipas”, “O
Livreiro de Cabul”, “A Cidade do Sol”, “Neve”, “A
Princesa”. Como não escutarmos o apelo de “A Doçura
do Mundo”, “A Distância Entre Nós”. Como não
flutuarmos na leveza e sutileza de “A Menina que Roubava Livros”,
nas desventuras das “Travessuras da Menina Má”. Como não
historíarmos em “1808”, “Ramsés”, “A Pedra da
Luz”. Como não ficarmos atentos aos mistérios de
“Santuário”, “O Caçador de Conchas”. Como não
criarmos hiatos nas reflexões de “O Leitor”. Como não
reconehcer o infinito na finitude das obras. Todas produzidas, sem
exceção, são pérolas negras, impressas
em nossas almas através de prismas pessoais relfetidas em
nossas íris.
Mauro
José Teixeira Leite
mauro.leite@pbh.gov.br
Nossa, adorei!
ResponderExcluirManda parabéns pra ele!
Beijos!
Fê
Pode deixar, Fê, mando sim!
ResponderExcluirEstou até pensando em compartilhar de tempos em tempos textos de leitores aqui da Biblioteca. Que tal?