Estou sozinho. Tateio na escuridão com a tristeza de um órfão. Sinto meus dedos doerem, tocando a superficie fria e áspera do chão onde repouso. A solidão é tão profunda que parece tragar a própria luz. Nada posso fazer contra ela. Essa solidão talvez seja meu mais forte atavismo.
Se eu gritar por socorro, alguém escutará? Se eu bradar ao abismo, enquanto o olho de frente, o abismo responderá? A falta de resposta me consome. Sou carcomido por dentro, mastigado internamente por dúvidas impenetráveis.
Quem abandonou quem? Fui abandonado ou abandonei todas as oportunidades postas para mim? Sinto-me como um náufrago, que lança essas cartas a um oceano de indiferença.
Certa vez, uma criança me disse que eu nasci feliz. Se isso é verdade, quando foi que deixei de ser? E como terá sido isso? Meus amigos, meus amores, sinto ter falhado com todos. Será isso a infelicidade e o inferno?
Desamparado, nu, ferido, humilhado. E tudo resultado de um sofrimento inflingido por mim mesmo. Haverá cura para tão grave erro? Ignoro e desisto. As horas passam e esfarelam mais um pouco de tudo que me resta.
O dia mais solitário da sua vida sempre terá outro mais solitário para sucedê-lo.
O detalhe que o Samuel escreve na sua história é impressionante! É quase impossível não reencarnar na sua história.
ResponderExcluirEstá de parabéns pela sua capacidade de escrita completamente distinta. Um abraço! 👏
Oi, Samuel, meu querido amigo!
ResponderExcluirAh, eu já li a terceira carta e com muita atenção e carinho, porque vc merece.
Todo o mundo tem dias tristes, medonhos, e outros bem felizes e vc não é exceção.
O remédio do seu mal está no amor. Ame, ame muito e a felicidade voltará à sua vida.
Obrigada pelas suas lindas palavras em meu blog. Você é sempre bem-vindo.
Um beijo com estima.
Quero destacar a frase sobre o nascimento feliz, que linda, poderosa e verdadeira!
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