Na manhã do dia 20 de junho, terça, estive na Escola Municipal Rui da Costa Val. Fazia tempos que eu conversava com a coordenação da escola para uma apresentação. Chegamos a marcar uma data, mas esta teve que ser adiada.
Então, finalmente, lá estava eu para falar a um grupo enorme, num gigantesco círculo formado na quadra da escola. Ao ver tanta gente, fiquei um pouco apreensivo, como é normal acontecer, mas logo passei a olhar nos olhos das pessoas que lá estavam, e isso me acalmou, além de ter me dado uma dose maior de confiança.
Falei um pouco do meu trabalho na Biblioteca, como sempre faço. Convidei todo mundo a depois conhecer esse lugar tão importante para mim. Depois, tratei de dar voz às histórias.
O formato em ciranda foi feliz, já que o círculo sempre tem algo de mágico e poderoso. Era como se a energia das histórias passasse de pessoa em pessoa, nesse circuito humano. A roda leva em si esse espírito cíclico e infindável das narrativas orais. Nela, retomamos um costume dos mais antigos, quando nossos ancestrais se reuniam ao redor de uma fogueira, para espantar o frio, a fome, o medo.
Contei histórias que amo, deixando um pouco desse amor com as pessoas que lá estavam. Contei de heróis diferentes, com suas missões e buscas tão peculiares.
Ao final, cada vez que uma criança me cumprimentava, sentia essa energia que transmiti voltar para mim, renovada. Senti que era, mais uma vez, especial. Além disso, o caminho para a escola pintou em minha mente, com cores novas, lembranças quase apagadas. Ir ao Jardim Felicidade, bairro onde fica a escola, foi como um singelo retorno a um tempo já distante. Tempo de amizade, afeto e cumplicidade.
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