quarta-feira, outubro 14, 2015

A Princesinha Astronauta


Para Joana Silveira

Era uma vez um planetinha verde perdido lá na imensidão do espaço. Nesse planeta, as plantas eram gente também. Essas plantas tinham lindas flores. No interior de cada flor uma pessoa se desenvolvia. Depois de um tempo, ela despertava, deixava a flor e ganhava o mundo para realizar muitas coisas maravilhosas.
E então, no alvorecer do primeiro dia de um novo ano, despontou uma linda florzinha que preguiçosamente estendeu suas pétalas. Lá no fundo, dormia uma princesinha, coberta de cetim. E sonhava imagens maravilhosas, conjunções estelares, viagens astrais. Pois a flor, desperta, transmitia à princesinha imagens e conhecimentos, mistérios e ensinamentos, para que ela estivesse pronta, completa, ao despertar.
E ela sonhava todas as maravilhas que seria quando despertasse. Assim como acontecia com qualquer habitante desse planeta, quando as pétalas de sua morada caíssem, a princesinha despertaria.
Aconteceu que uma frota de naves alienígenas atacou o belo planetinha verde, roubando os sonhos das pessoas ainda dormentes. E nossa princesinha teve seus sonhos roubados por perversos alienígenas.
Quando as pétalas de sua flor despencaram, ela despertou sentindo-se vazia e triste, assim como muitas de suas companheiras. Seus sonhos foram roubados e ela agora não via mais um belo futuro.
A princesinha, porém, não se abateu. Tinha na memória os resquícios daqueles sonhos tão belos. Com persistência e muito trabalho, construiu uma nave espacial. Um foguete da cor das margaridas.
Nossa heroína se lançou no infinito espaço. Enfrentou o vazio, o escuro e o medo, até chegar ao planeta frio e moribundo dos asquerosos alienígenas que lhe tinham roubado os sonhos.
E naquele lugar lúgubre e friorento, a princesinha descobriu que os alienígenas cinzentos usavam os sonhos roubados para aquecer seus corações. Quando não estava viajando pelo espaço, viviam em sonolência, sorvendo sonhos alheios.
Muito engenhosamente, a princesinha invadiu a morada dos alienígenas e destruiu suas máquinas, liberando os sonhos. Eles eram como esferas luminosas, pérolas de todas as cores. A princesinha também destruiu as naves dos ladroes de sonhos, para que não pudessem mais atacar outros planetas. Satisfeita por ter recuperado seus sonhos, a princesinha se preparou para partir.
Mas ao ver os alienígenas cinzentos tão desolados, ela desistiu de partir. Animada por seus sonhos, ela começou a contar histórias. Os alienígenas escutavam com cuidado. Em pouco tempo, alguns já dormiam, tendo seus próprios sonos.
E assim a princesinha astronauta, depois de recuperar seus preciosos sonhos, descobriu como fazer os ouros sonharem, e passou a cruzar as estrelas contando histórias, tornando-se então uma semeadora de sonhos.

terça-feira, outubro 13, 2015

Vídeo de Terça: Conselho Amigo, de Olégario Mariano

Olá! Esta é a primeira participação convidada no canal. Poema recitado por Brenda Linda Lages, ao som do cantar de uma cigarra. Espero que gostem!

Conselho Amigo, de Olegário Mariano. 
Intérprete: Brenda Linda Lages.

quinta-feira, outubro 08, 2015

Pequenas pérolas do presente


Depois das leituras, um menino pede para beber água e eu o levo ao bebedouro. Ele me diz que misturou a água gelada com a natural. Pergunto que gosto tem e ele responde que é gosto normal. Pergunto que gosto tem água normal. Ele me responde: gostosa salvável... ^_^

*   *   *

Uma turminha de uns dez a doze anos chega fazendo aquela algazarra. Alguns acenam e me chamam pelo nome. Uma menina se aproxima e fala: que saudade, você não estava aqui na quinta.
É impossível não sorrir.

*   *   *

E de repente, o saguão da Biblioteca Infantil e Juvenil de Belo Horizonte fica cheio daquela alegre meninada. É como se uma brisa refrescante invadisse o lugar. Uma das crianças me intima: conte uma história! E respondo que vou contar a história do chapéu.
Imediatamente, elas entoam em coro: "Meu chapéu sumiu! Quero o meu chapéu de volta!"
S2

terça-feira, outubro 06, 2015

Vídeo de Terça: Apresentando: Fábulas para adulto perder o sono

Boa noite! Chegou o dia de mais um vídeo. Talvez vocês se assustem com minha cara neste, pois estou bem diferentes. Não se enganem, porém. Eu ainda estou com barba e cabelo comprido.

Esse vídeo vem de um projeto que abandonei antes mesmo de começar. Então, vasculhando meus arquivos, encontrei este em que apresento o livro Fábulas para adulto perder o sono, da magnífica Adriane Garcia.

Só não garanto que farei vídeos apresentando livros com grande frequência. Afinal, não quero diversificar demais os vídeos do canal.

Então, aí vai o vídeo. Aproveitem!


sexta-feira, outubro 02, 2015

Ausência

Eu me liquefaço. 
Transbordo-me, excedo-me. 
Perco um outro tipo de sangue; o primeiro. 
Fogo a consumir as 
entranhas. 
Estou 
borbulhando. 
É bem maior 
a pressão aqui 
dentro.
E meus dois grandes poros,
esses traidores,
deixam escorrer seu suor. 
São incansáveis 
mensageiros do meu 
âmago 
e sua menagem é clara: 
Falta.

quarta-feira, setembro 30, 2015

Estatuto da família ou família sem amor com política sem ética

Foi aprovado em sessão especial o tal estatuto da família. Muitos se levantaram a favor, outros tantos firmaram pé contra. Estou entre eles. Fiquei um pouco reticente, apenas apoiando em silêncio os protestos de tantos amigos esclarecidos. Enquanto isso, acumulava em meu peito um apanhado de ideias e questões sobre esse momento tão complicado. Resolvi então ler um pouco.
Enquanto pesquisava sobre o termo "estatuto da família", descobri que havia um primeiro objetivo, com o "estatuto das famílias", de Lícide da Mata, de justamente fazer o contrário do estabelecido no texto atualmente aprovado, pois se buscava ampliar o conceito de família para além da união entre homem e mulher. E de repente, a escalada da intolerância e do conservadorismo ameaça logar fora a água do banho com o bebê junto. Ao estabelecer a família como um princípio quase dogmático, acaba por ser excludente, marginalizando parcelas da sociedade que devem ter seu direito garantido.
É evidente que um estatuto como esse apenas passa verniz sobre uma ideia antiquada e retrógrada, tentando dar-lhe a aparência de digna. Apenas procura institucionalizar a hipocrisia de tantos que colocam seu desejo por poder e influência acima do direito e da ética.
Enquanto isso, continuo dando vazão à minha perplexidade ao me lembrar que as personagens bíblicas Rute e sua sogra Noemi seriam excluídas desse estatuto bizarro, assim como Ester e seu primo Mordecai. O que me faz crer que essa tal bancada evangélica só lembra dos trechos da bíblia que lhes interessam, esquecendo o resto.

segunda-feira, setembro 28, 2015

O Usuário Modelo

O homem de negócios, calvo e de meia-idade, chega em seu apartamento. Aparenta um ar cansado, oprimido. Deixa a pasta em um canto do escritório. A mulher e as crianças estão fora, na casa dos pais dela. Ele sente o alívio e o leve comichão da oportunidade. Como é sexta-feira, ele tem a noite inteira.
Liga o computador e senta em frente à máquina, enquanto afrouxa a gravata. Poderia até preparar alguma coisa para comer, um lanche rápido. Mas prefere aproveitar cada minuto de privacidade. Talvez mais tarde peça algo por telefone. 
A tela brilha, carregando o sistema. O executivo não perde tempo e faz logo a conexão, abrindo o navegador da Internet. Usuário e senha digitados.
- Boa noite, senhor Oscar. - A página inicial carrega esses dizeres em imagens efusivas de boas-vindas.
Oscar suspira. Tinha esquecido completamente da Internet 2.0, "nova solução interativa que veio para revolucionar a vida das pessoas". O slogan era bem chamativo: "Internet 2.0 - A Vida  em um novo Hiperlink". Oscar chega a murmurar um "boa-noite" enviesado, enquanto lembra que na verdade basta apenas clicar no luminoso OK que domina o centro da tela. Quase olha de soslaio para verificar se alguém percebeu o ato falho, enquanto se lembra que está sozinho. A cada minuto passado nessa nova era digital, o executivo de meia-idade se sente cada vez mais idiota. Um alerta vem arrebatá-lo de suas ligeiras impressões.
– O senhor possui 30 mensagens não lidas em seu e-mail. O usuário modelo não tem mensagens pendentes. Não será possível continuar antes de executar esta tarefa.
O suspiro passa à crescente irritação. Agora a Internet 2.0, com sua interatividade, exibia uma série de tarefas necessárias "a uma navegação de qualidade". 
Uma hora depois de ter ligado o computador, Oscar acaba de deletar o último e-mail. Terá liberdade, enfim. Mas percebe que está enganado. 
– O senhor tem cinco notícias pendentes. O usuário modelo é sempre bem informado!
Oscar quase xinga a máquina insensível. Não poderá continuar enquanto não tiver lido ao menos cinco matérias online. E fornecidas pela Internet 2.0 através de algum critério obscuro, de nenhum interesse a Oscar. Lidas as notícias, uma nova etapa:
– Senhor Oscar, há um post pendente em seu blog. O usuário modelo mantém seu blog atualizado!
Mais um pedágio: o blog obrigatório. Oscar nunca se considerou alguém com dotes para a escrita. Mas de alguma forma tem que alimentar no mínimo 250 caracteres para que a Internet 2.0 aceite o seu post.
Depois de cumprido mais um ritual, depara-se com o navegador já disponível para uso. Agora pode de fato surfar e buscar o que deseja na rede. Acessa o maior portal de pesquisa e digita "sexo". O navegador retorna uma lista enorme de sites eróticos. Fotos, vídeos de ensaios, sites de relacionamento, serviços de acompanhantes. Oscar clica no primeiro link da lista, um famoso site com vídeos amadores. A Internet 2.0 emite um sinal de alerta:
– Atenção, este sítio não pode ser acessado por conter material impróprio.
Oscar tenta outro site, com conteúdo parecido. A negativa é a mesma. Faz uma terceira tentativa, clicando no link de um site com as últimas fotos das revistas masculinas mais famosas. 
– Atenção, conteúdo familiar ativado. Não será possível continuar.
Oscar desiste, exasperado. A sensação de que há mais alguém no escritório fica muito forte. Uma nova imagem brilha no computador:
– Mensagem de violação enviada para karminha@hotmail.com.
O alarme na mente do executivo se manifesta como um início de enxaqueca. Um breve texto abaixo do aviso detalha: “A Internet 2.0 prepara sua família contra os abusos e perigos. Se o seu filho estiver usando a rede para tentar acessar sítios suspeitos, você será avisado.” E a destinatária é Carmen, esposa de Oscar. Mas o homem de negócios percebe que tudo aquilo é apenas o início. A Internet 2.0 informa que os dados postados no blog são “insuficientes”. Para garantir a suficiência de atualização, o próprio sistema se encarrega de enviar para a rede uma série de fotos de família, dados médicos e até informações dos gastos e rendimentos de Oscar. 
O homem quase tem um ataque. Agora é questão de vida ou morte. Lembra-se do e-mail que um colega de trabalho enviara, com umas fotos provocantes de uma atriz de novela. A desforra será acessando esse e-mail proibido e completamente particular.
Mas Osca sente um profundo desânimo quando a Internet 2.0 avisa: 
– Atenção: e-mail com conteúdo suspeito removido.
Derrotado, Oscar ainda observa por alguns segundos a tela com a mensagem proibitiva. Suspira. Desliga a máquina.

Este texto foi produzido durante uma oficina de escrita ministrada pelo escritor Sérgio Fantini.

sexta-feira, setembro 25, 2015

Uma surpreendente viagem a um mundo de sombras


Algumas animações são como um profundo mergulho em um reino de quimeras. E recentemente, passei por uma dessas terríveis e maravilhosas experiências. Estava na Biblioteca conversando com minha amiga Lara, quando descobrimos que gostamos dos mesmos desenhos animados. Por indicação dela, quase que uma intimação, fui levado a conhecer a animação Over The Garden Wall.
Criada por Patrick McHale para o Cartoon Network e contando com apenas dez episódios, a animação apresenta os dois irmãos Wirt e Greg que estão perdidos em uma floresta sombria sem saber como lá teriam chegado. Encontrando diversos personagens bizarros e enfrentando situações nonsense, os dois meninos buscam o caminho de casa.
Uma das características mais legais desse trabalho é justamente sua concisão. Uma narrativa gostosa e pungente se desenvolve naturalmente, sem longas explicações. O texto todo está no campo do implícito, da sugestão onírica. E a própria música de introdução mostra esse jogo de absurdos, enquanto imagens como a de um peixe a pescar em um pântano ilustram a bela melodia.
Outro ponto muito positivo da série é justamente o arranjo melódico. São canções ora melancólicas, como a da intro, ora leves e divertidas, como aquela que Greg canta enquanto mistura purê de batata com melado, no refeitório de uma escola repleta de filhotes de animais vestidos com roupas humanas. O detalhe é que, apesar da postura e das roupas, nenhum desses filhotes realmente fala, embora estejam sendo ensinados a ler e escrever nessa inusitada escola no meio da floresta.
Há muitos outros momentos da narrativa em que situações absolutamente absurdas vão se delineando para o espectador. E nesse absurdo sua beleza se revela, como a curtíssima melodia do assaltante (The Highway Man). 
E assim chegamos ao terceiro ponto positivo da animação: a primorosa dublagem. Inclusive em português. As melodias foram traduzidas de forma que se buscasse perder o mínimo da essência da versão original. Logicamente, recomendo que os mais interessados assistam tanto a versão com dublagem nacional quanto a original. Ambas são maravilhosas.
Assim, como uma jornada por terras imersas em bruma, Over The Garden Wall é uma experiência ímpar, repleta de sombras e mistérios, além de perigos e belezas.

quinta-feira, setembro 24, 2015

Percurso da mágoa

Acessei a rede social. Queria ver sua foto uma primeira vez. É sempre uma primeira vez quando te vejo. E meus olhos, antes tão secos, aguaram a tua ausência.
Escorri através de meus olhos. Esvaí-me em líquidos lamentos. Sobrou uma casca. Esta agora que passeia pelas teclas.
Deixo marcas etéreas em telas de plasma. Nem imagino que plasma sou. Lânguido e fluido escorro-me.
E nessa pequena jornada em que sou a fonte, depois de tímidos volteios, lanço meu último lamento. Afinal, você não será aquela a ler estas palavras. E minha essência, tornada lamento lacrimoso, em seu fim de passeio, será recolhida finalmente pelo ralo.

quarta-feira, setembro 23, 2015

Primeira Bienal do Livro de Contagem

Olá, pessoal! Ontem tive uma excelente notícia! Fui convidado a participar da mesa sobre Literatura Fantástica, junto com o escritor na Primeira Bienal do Livro de Contagem.

O evento acontecerá nos dias 25 a 27 de setembro, no próximo final de semana. Então, quem tiver um tempinho, não deixe de passar lá em Contagem! ^_^

Local: 4 Elementos Sítio Escola. Rua Barbacena, 55 - Alvorada - Contagem.
Hora: 15h.
Espaço Livro de Bolso.

Mais informações e programação completa aqui.



terça-feira, setembro 22, 2015

Vídeo de terça: Leilão de Jardim, Cecília Meireles

Olá, pessoal! Enquanto prossigo nesse vácuo criativo, dou continuidade dos vídeos poemas. Hoje, "Leilão de Jardim", de Cecília Meireles.

Então, até a próxima! ^^

terça-feira, setembro 15, 2015

Vídeo de terça: trecho de A Pele, de Curzio Malaparte

Olás! Hoje trago para vocês a leitura de um trecho que achei maravilhoso. Está no livro A Pele, de Curzio Malaparte. Ainda não terminei a leitura, mas decidi fazer algo diferente nos vídeos de terça. Espero que gostem! ^_^


terça-feira, agosto 04, 2015

De volta com os vídeos de terça!

Olá, pessoal, boa noite! Estou retomando os vídeos de terça. Hoje trago para vocês o poema "Tombo", do livro Borda, da excelentíssima poeta Norma de Souza Lopes.

Apreciem sem moderação!


sexta-feira, julho 03, 2015

Dom Quixote - do que há de trágico e triste mas muito divertido



Desde criança alimentava um certo fascínio por Dom Quixote. Acho que a semente de tal fascínio veio por uma certa identificação comum. Afinal, desde criança eu era apaixonado por histórias de cavalaria. Ficava inebriado pela imagem das armaduras de placas, os estandartes, as justas. O código dos cavaleiros davam um tom heroico a esses guerreiros e isso fazia com que os admirasse ainda mais. Isso foi muito antes de ter lido Bernard Cornwell, com seus cavaleiros beberrões, assassinos e estupradores. Foi numa época em que assistia clássicos sobre o Rei Arthur e seus cavaleiros para, depois disso, ir brincar no quintal fingindo ser Lancelot (todo mundo sempre quis ser Lancelot!).
Pensar que um homem já na meia-idade teria a audácia de assumir um comportamento assim sem dúvida foi um fator sedutor para sempre ter Dom Quixote como uma espécie de companheiro de brincadeiras. Além disso, como todos os grandes clássicos, somos alcançados por seus símbolos mesmo não os tendo lido. E por isso a imagem do Quixote e de seu fiel escudeiro, Sancho Pança, visitaram meu imaginário desde cedo.
Havia, porém, algo que me contrariava. Eu não havia lido a obra de Cervantes. Ainda não. Cheguei a adquirir o Novelas Exemplares, o qual não li. Sentia que seria um absurdo ler qualquer coisa de Cervantes antes de ter me aventurado pelos caminhos do Cavaleiro da Triste Figura.
Em meu último aniversário fui presenteado com os dois volumes do Quixote. Trata-se de uma nova tradução, feita por Ernani Ssó, um projeto tão engenhoso quanto o próprio fidalgo da Mancha, publicado pelo selo Penguin Companhia. Embora tendo finalmente os livros em meu poder, decidi esperar um pouco mais.
Neste ano, então, lancei-me de cabeça nessa aventura. E como foi deliciosa! Conheci o herói que, de tanto ler livros de cavalaria, procurou se fazer cavaleiro e partiu pelo mundo a reparar injustiças. O problema era que a mente distorcida do herói via problemas onde não havia, criando situações que tanto têm de comédia quanto de tragédia. O Quixote é teimoso, voluntarioso e também um pouco perigoso. Em muitos momentos esteve a ponto de cometer terríveis enganos, por conta de sua loucura. Para seu bem, tanto a sorte quanto a vontade no narrador trataram de salvar nosso herói de tantas enrascadas auto-impostas.
Chegando ao final do primeiro volume, estava um pouco cansado. Situações tristes haviam me deixado muito desmotivado e isso interferiu minha leitura. Mesmo assim, decidi iniciar o segundo volume e como fui recompensado! A continuação das aventuras de Dom Quixote e Sancho Pança é ainda mais divertida que a primeira narrativa. Nele, Sancho chega a receber maior atenção por parte do narrador, sendo ele protagonista de algumas das melhores passagens da narrativa.
Assim, garanto que ler O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de la Mancha é mais do que a obrigação de ler um clássico. É a garantia de humor inteligente, refinado, da genialidade de um escritor morto há quase quatro séculos e que permanece eterno. 

Ficha Técnica
ISBN-13: 9788563560551
ISBN-10: 8563560557
Ano: 2012 
Páginas: 1328
Idioma: português 
Editora: Penguin Companhia