quarta-feira, setembro 30, 2015

Estatuto da família ou família sem amor com política sem ética

Foi aprovado em sessão especial o tal estatuto da família. Muitos se levantaram a favor, outros tantos firmaram pé contra. Estou entre eles. Fiquei um pouco reticente, apenas apoiando em silêncio os protestos de tantos amigos esclarecidos. Enquanto isso, acumulava em meu peito um apanhado de ideias e questões sobre esse momento tão complicado. Resolvi então ler um pouco.
Enquanto pesquisava sobre o termo "estatuto da família", descobri que havia um primeiro objetivo, com o "estatuto das famílias", de Lícide da Mata, de justamente fazer o contrário do estabelecido no texto atualmente aprovado, pois se buscava ampliar o conceito de família para além da união entre homem e mulher. E de repente, a escalada da intolerância e do conservadorismo ameaça logar fora a água do banho com o bebê junto. Ao estabelecer a família como um princípio quase dogmático, acaba por ser excludente, marginalizando parcelas da sociedade que devem ter seu direito garantido.
É evidente que um estatuto como esse apenas passa verniz sobre uma ideia antiquada e retrógrada, tentando dar-lhe a aparência de digna. Apenas procura institucionalizar a hipocrisia de tantos que colocam seu desejo por poder e influência acima do direito e da ética.
Enquanto isso, continuo dando vazão à minha perplexidade ao me lembrar que as personagens bíblicas Rute e sua sogra Noemi seriam excluídas desse estatuto bizarro, assim como Ester e seu primo Mordecai. O que me faz crer que essa tal bancada evangélica só lembra dos trechos da bíblia que lhes interessam, esquecendo o resto.

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