terça-feira, junho 30, 2015

Vídeo de Terça: As Trapalhadas de Zé Bocoió

Boa noite! Compartilho com vocês o vídeo da minha apresentação na formatura do primeiro módulo do curso "A Arte de Narrar Histórias", realizado pelo Instituto Cultural Aletria.



E então, o que acharam? Se tiverem gostado, ajudem a divulgar o canal e o blog, ok? ^_^

quinta-feira, junho 11, 2015

Distraídas astronautas - uma jornada de sentidos

Já falei algumas vezes sobre a maravilhosa poesia de Simone Teodoro. Sinto-me como um pupilo clandestino dessa grande poeta. E por isso, falar de sua obra de estreia se torna tão desafiador para mim.
Aprendi muito sobre poesia participando de um projeto criado pela Simone, chamado Estação da Poesia. Sobretudo, pude aprender ainda mais lendo Simone. E minha proximidade com a autora permitiu testemunhar um longo e profícuo período de fazer poético e que culminou no livro Distraídas astronautas.
O leitor que se aventura em Distraídas astronautas é convidado a uma experiência estética que não se priva da força do desejo, da entrega e da dor. Um desejo carregado de um homoerotismo sinuoso, refinado. Uma voz que prima pelo feminino, pelo jogo de claro e escuro da relação romântica.
Ler Simone é para mim uma jornada silenciosa. Esse silêncio, contudo, é polifônico, rico, diverso, plural. Silêncios que bradam. É navalha cortando igualmente carne e seda. São poemas intimistas, muitos deles doloridos, revelando um eu lírico aturdido ante o absurdo da realidade, mas também maravilhado com belezas singelas que essa mesma realidade reserva para os olhares mais argutos.

Ficha técnica:
Ano: 2014
Páginas: 100
Editora: Patuá

terça-feira, junho 09, 2015

Vídeo de terça: Deserto


A tarde se fratura.
E o outono tem sempre
esse gosto de fim, que te aniquila.

O vento escuro suga tua alma
(aberta confusamente)
para a solidão das pedras frias: a matéria triste das montanhas.

Melancolias alcoólicas te povoam.

Bolhas de sonhos explodem no ventre
infecundo das estrelas.

Em vão, estendes os braços trágicos
a procura da alavanca que possa
frear o irreversivel.

Estás só, estática esfinge
sem enigma.


Deserto, Simone Teodoro. In: Distraídas astronautas, São Paulo: Editora Patuá.

quarta-feira, junho 03, 2015

Exercício de método

Marca na pele.
A dor do fogo
é como uma constante memória.
A dor do fogo
nunca deixa de acontecer
Meu dedo passeia pela ferida.
Crostas fazendo vez de
cordilheira.
Meu pequenino
himalaia.
Alcanço o meio da ferida
e com o indicador
perfuro a casca. Aperto.
Aperto.
Até que se derrame
um pequeno
trecho de
mim.

terça-feira, junho 02, 2015